Título: PF investiga ligação de empresário com Delta
Autor: Maltchik, Roberto
Fonte: O Globo, 21/04/2012, O País, p. 9

BRASÍLIA. O surgimento do nome do empresário brasiliense Hélder Zebral na Operação Monte Carlo, apontado por Carlinhos Cachoeira como sócio do governador Marconi Perillo e do empresário Rossine Guimarães em um avião pode iniciar uma nova linha de investigação. O motivo é outra informação que consta no inquérito. A Polícia Federal descobriu que a mãe de Zebral, Tereza Rodrigues Zebral, recebeu R$ 116 mil da empresa Alberto e Pantoja, que, para a PF, é uma empresa de fachada da construtora Delta.

O empresário nega qualquer relação com a construtora, mas confirma a existência do depósito. Segundo ele, trata-se do pagamento por uma compra de gado de Rossine, o suposto sócio no avião. Em diálogo revelado ontem pela "Folha de S.Paulo", Cachoeira reclama de Zebral com um assessor.

- Rapaz, esse cara tá com parceria com todo mundo. Nós tamo levando bola nas costas em tudo, viu? - diz o bicheiro, que, em outro momento, cita o avião - o Hélder, esse cara, ele é sócio do Marconi num avião aí com o Rossine viu... Ele é um Cessna, 2010, pagou R$ 4 milhões, um trem assim. E Marconi tem 50%, o Rossi 25% e esse Hélder, do Porcão, tem 25%. Tá voando com eles aí.

Amigo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Zebral foi protagonista de um dos primeiros escândalos do governo Lula. Então dono da churrascaria Porcão de Brasília, o empresário promoveu um show da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano na churrascaria para arrecadar fundos para o PT. Só que quem acabou pagando o espetáculo foi o Banco do Brasil.