Título: Bater em Dilma
Autor: Franco, Ilimar
Fonte: O Globo, 29/04/2012, Panorama Político, p. 2

O PSDB decidiu que vai usar as eleições municipais, nos grandes centros urbanos, para apresentar novas propostas e criticar o governo Dilma em três áreas. Os tucanos vão atacar a omissão do governo na área de segurança pública, a falta de ação para deter a desindustrialização e a ausência de uma proposta para enfrentar o financiamento da saúde pública do país, tendo como pano de fundo os problemas no atendimento ao cidadão.

O mensalão e as eleições municipais

Mesmo começando em maio, como o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, gostaria, é possível que o julgamento do mensalão se arraste por toda a campanha eleitoral. Além dos pedidos de vista para que os ministros estudem detalhadamente o processo, há o risco de dois deles serem substituídos ao longo do julgamento. Cezar Peluso se aposenta compulsoriamente em setembro, e Ayres Britto, em novembro. A presidente Dilma poderá ter que escolher novos ministros durante o julgamento. Se isso ocorrer, o processo se arrastará ainda mais porque os novatos poderão pedir tempo para se familiarizar com os autos.

O Conselho de Ética está funcionando, e a CPI está criada, estamos vivendo talvez o fim da impunidade" - Pedro Simon, senador (PMDB-RS)

IRRITAÇÃO. Os partidos PP e PMDB, que tinham cargos na diretoria da Petrobras, não gostaram de a presidente Dilma ter colocado em sua cota pessoal a escolha dos novos diretores. Mas estão conformados. Um dirigente aliado comentou que "em política quem tem 80% de ótimo e bom nas pesquisas faz o que quer, embora não devesse fazê-lo". Os aliados resmungam que um dia, em tempos bicudos, a presidente poderá precisar deles.

Pouca prática

Na quarta-feira passada, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, viajou até Brasília. Na poltrona 20 do avião, não cumprimentou os passageiros nem senhoras que comentavam que o conheciam de algum lugar.

O senador insinuante

No dia 18 de agosto de 2011, Demóstenes telefona pela manhã para o contraventor Carlos Cachoeira: "Vamos transferir o nosso jantar para amanhã porque hoje é aniversário aqui da mulher do Gilmar (Mendes)... e convidou a gente pra festa", referindo-se a ele e à sua mulher, Flávia. E prosseguiu: "Desculpa aí, mas é que tem que fazer esse relacionamento aqui, que é bom pra gente, né?" Ao que Cachoeira responde: "Excelente."