Título: Governador pede para ser investigado
Autor:
Fonte: O Globo, 27/04/2012, O País, p. 13

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Com petição ao MPF, Perillo quer mostrar que acusações seriam infundadas

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), protocolou ontem petição na Procuradoria Geral da República, e pediu a abertura de inquérito contra o seu próprio cliente.

De acordo com o advogado, o pedido "inusitado" foi feito pelo próprio governador Marconi Perillo, que alega ser vítima de falsas interpretações equivocadas a respeito das investigações da Operação Monte Carlo, que desbaratou o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira para exploração de jogos de azar.

A petição afirma que os rumores "caluniosos" chegaram ao ápice na última quarta- feira, com a divulgação, pelo blog Quid Novi, de que Marconi Perillo teria recebido R$ 500 mil de Carlinhos Cachoeira no Palácio das Esmeraldas, sede do governo do estado de Goiás: — Essa é uma situação inusitada.

Temos de produzir prova negativa de uma acusação infundada, sem rosto.

Como o procurador pediu abertura de uma investigação contra o governador do Distrito Federal, e não abriu contra Marconi, então, o próprio governador pediu para ser investigado, mesmo que não haja elemento para isso.

Diria que é uma ousadia do governador. Na minha carreira de advogado, nunca fiz isso antes — disse o advogado Kakay, que também está defendendo o senador Demóstenes Torres (sem partido- GO).

Petição incluiu trecho de relatório da PF

A decisão do advogado de pedir investigação do cliente foi tomada depois da revelação de trechos de interceptação telefônicas nos quais Carlinhos Cachoeira conversa com o contador do grupo, Giovani Pereira, sobre o pagamento de dinheiro que seria entregue numa praça, perto do palácio do governo goiano, ao ex-vereador Wladimir Garcez.

Kakay afirmou também que, na petição, incluiu trecho do relatório da Polícia Federal que indica que não há elementos para pedir a investigação de Marconi Perillo.

E frisou que o que ocorre é uma interpretação de que esse dinheiro, supostamente pago a Wladimir Garcez, teria beneficiado o governador de Goiás, que nega envolvimento no episódio.