Título: Protestos marcam data na América Latina
Autor:
Fonte: O Globo, 02/05/2012, Economia, p. 21

Sindicatos aproveitam para reivindicar melhorias e criticar governos. No Chile, houve confrontos

Na América Latina, o Dia do Trabalho foi comemorado com muitas manifestações e passeatas, com sindicatos e grupos políticos aproveitando a data para cobrar melhorias salariais e criticar o capitalismo, mas também para protestar contra seus governos.

Em Caracas, chamou a atenção a ausência do presidente Hugo Chávez, que convalesce de um câncer. Seus seguidores levaram faixas com dizeres como "adiante, comandante". Mas o dia também foi marcado por protestos de opositores de Chávez, que aproveitaram a data para criticar a Lei do Trabalho, aprovada pelo presidente venezuelano na véspera.

- Temos que lutar contra este governo que nos leva para o comunismo - disse Jesús Pinto, um vigilante de 60 anos.

Em La Paz, a tradicional marcha convocada pela Central Obrera Boliviana acabou com protestos contra o governo de Evo Morales, de quem a entidade já foi aliada. Os manifestantes, que acusam o governo de ignorar suas reivindicações, queimaram um boneco que representava Morales. Participaram da marcha professores e médicos do serviço público, indignados pelo aumento da jornada de trabalho de seis para oito horas.

Em Santiago do Chile, no ato convocado pela Central Unitaria de Trabajadores houve confrontos violentos, resultando em manifestantes e policiais feridos, além de dezenas de pessoas detidas. Manifestantes radicais, com os rostos cobertos, atiraram pedras contras a polícia. Em Buenos Aires também houve atos a favor e contra o governo de Cristina Kirchner. No Equador, as ruas de Quito ficaram coloridas com faixas e bandeiras de manifestantes.