Título: Ações da Petrobras caem com fala de ministro
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 04/05/2012, Economia, p. 33

Ações da Petrobras caem com fala de ministro

Lobão diz que reajuste do preço dos combustíveis só ocorrerá quando a cotação média do petróleo chegar a US$ 130

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o governo federal estuda o momento certo para aumentar os preços dos combustíveis (gasolina e diesel) e acrescentou que um reajuste só ocorrerá se a cotação do barril de petróleo atingir a média de US$ 130 no mercado internacional. As declarações de Lobão e a queda dos preços do petróleo no mercado internacional provocaram queda nas ações da Petrobras, puxando para baixo a Bolsa de São Paulo (Bovespa) ontem, com queda de 0,51% no Ibovespa, principal índice da Bolsa. Os papéis preferenciais (PN, sem voto) da estatal recuaram 2,73%, a R$ 21,40, enquanto os ordinários (ON, com voto) caíram 3,12%, a R$ 22,34.

Segundo Lobão, a Petrobras precisa ponderar os custos dos elevados investimentos, ao mesmo tempo em que o governo tem que controlar a inflação:

- A Petrobras necessita mais do que nunca de investimentos altíssimos. E o preço (da gasolina) não se eleva há nove anos. Mas a presidente (Dilma Rousseff) tem a preocupação com a inflação. E está examinando, ponderando tudo isto para tomar uma decisão - disse o ministro.

Petrobras desmente Lobão sobre nova diretoria

Segundo Pedro Galdi, estrategista da corretora SLW, as declarações do ministro Lobão, de que um reajuste na gasolina ficará mais para a frente, ajudaram os papéis da estatal a cair, mas o fator preponderante foi o recuo dos preços do petróleo. A cotação do petróleo cru caiu 2,63% em Nova York, fechando a US$ 102,55.

O ministro participou ontem do seminário "Investindo na África: oportunidades, desafios e instrumentos para cooperação econômica", no BNDES, que contou com a presença, entre outras autoridades, do ex-presidente Lula.

Lobão afirmou ainda que a presidente Dilma Rousseff pretende mudar toda a diretoria da Petrobras. Após a renovação de quatro diretores e criar o setor de Gestão Corporativa, segundo o ministro, falta a troca das duas últimas diretorias, a da área Internacional, ocupada por José Zelada, o que deverá ocorrer em 15 dias, e a Financeira, ocupada por Almir Barbassa.

- A presidente (Dilma rousseff) num primeiro momento mudou três diretores. Num segundo momento, mudou dois. Faltam dois, que é a Internacional e a diretoria Financeira. A decisão dela é fazer uma renovação completa.

A Petrobras, porém, desmentiu ontem o ministro, garantindo que Almir Barbassa continuará no cargo.