Título: Desemprego alto no DF
Autor: Verdini, Liana
Fonte: Correio Braziliense, 19/09/2009, Economia, p. 25

Capital federal possui a segunda maior taxa de desocupação, somente menor que a do Amapá. A média nacional é de 7,1%. A falta de vagas é maior para jovens de até 24 anos. Os brasilienses, por outro lado, lideram as posses de computador e televisão

Pessoas à procura por emprego: altos salários estimulam trabalhadores a buscarem vagas em Brasília

O Distrito Federal é a unidade da Federação com maior nível de renda do país. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio mensal dos trabalhadores alocados na capital e cidades satélites é de R$ 2.117, 104% acima da média brasileira, que é de R$ 1.036. Para a economista do IBGE e analista da Pnad Adriana Beringuy, esse resultado é devido à alta concentração de funcionários públicos, cuja remuneração é superior aos salários pagos pela iniciativa privada.

Essa alta renda explica, segundo a analista, dois outros fenômenos da capital federal. O DF é a unidade da Federação com o maior índice de desigualdade e com a segunda maior taxa de desocupação do país. ¿A elevada desigualdade se deve basicamente à diferença de remuneração entre os funcionários públicos e os empregados da iniciativa privada, em especial os do comércio e os da área de serviços¿, observou ela. ¿São dois extremos, que acabam por influenciar o índice de Gini¿. Esse indicador mede os contrastes da distribuição de renda em determinada região, sendo pior quanto mais próxima de 1. No DF, o índice de Gini em 2008, considerando todos os tipos de rendimento, foi de 0,618, enquanto o indicador brasileiro foi de 0,531.

Em relação ao índice de desocupação, a análise da economista destaca que os altos salários acabam estimulando um grande número de pessoas a buscarem uma oportunidade no mercado. Importante ressaltar que a taxa de desocupação engloba os desempregados e aqueles que tomaram alguma providência efetiva para buscar trabalho, como distribuir currículo, participar de algum concurso público ou seleção para uma vaga. No DF, a taxa de desocupação alcançou 11,15%, só inferior à registrada pelo Amapá (14,9%) e muito superior à média brasileira (7,1%). Entre os jovens de 18 a 24 anos, o desemprego chegou a 22,3%.

Mas o DF é o campeão em iluminação elétrica, com cobertura de 100% de seu território. No Brasil, o percentual foi de 98,6%. A capital federal também ficou em primeiro lugar no atendimento por rede coletora de esgoto ou fossa séptica (96,8%) e em domicílios com telefone (97,2%). Em termos de esgoto e de residência com serviço telefônico, as médias brasileira são de 73,2% e de 82,1%. Em termos de bens duráveis, o DF apresentou o maior percentual de televisão (98,7%) e de microcomputadores (54,2%). A média nacional para esses dois itens é de 95,1% e 31,2%, respectivamente.

O número 54,2% Percentual, na capital federal, de domícilios que possuem microcomputador. A média nacional é 31,2%