Título: Justica do DF que bra sigilo bancário de Cachoeira
Autor:
Fonte: O Globo, 13/05/2012, O País, p. 11

BRASÍLIA. A juíza Ana Cláudia Barreto, da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal, decidiu abrir processo por corrupção contra o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu, entre outros seis suspeitos de tentativa de fraude numa licitação promovida pelo governo local. A juíza também determinou na noite de sexta-feira a quebra do sigilo bancário e fiscal de Cachoeira e da Delta em todo o país. Os desdobramentos do processo podem repercutir na venda da empresa para o grupo J&F, proprietário da JBS, empresa na qual o BNDES tem 31,4% de participação. Os bens de Cachoeira e dos outros envolvidos também foram bloqueados.

No mesmo despacho, Ana Cláudia expediu nova ordem de prisão contra Cachoeira e dois dos principais auxiliares do bicheiro, Gleyb Ferreira da Cruz e Giovani Pereira da Silva. Cachoeira e Gleyb foram presos pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Giovani, que também teve a prisão decretada pela Justiça Federal na Monte Carlo, está foragido desde o fim de fevereiro. Giovani era o contador de Cachoeira e, segundo a polícia, seria o responsável pela movimentação do dinheiro usado para pagar advogados de integrantes da organização.

A juíza abriu processo e expediu as ordens de prisão a pedido do Ministério Público. Promotores fizeram o pedido a partir da Operação Saint-Michel, desdobramento da Operação Monte Carlo. Policiais interceptaram diálogos em que integrantes da organização de Cachoeira acertavam com Cláudio Abreu táticas para fraudar a licitação da bilhetagem eletrônica, novo modelo de cobrança de passagens do transporte urbano de Brasília. A licitação, que poderia render um contrato de até R$ 60 milhões, ainda não foi realizada.