Título: Flores da Previ deve assumir Brasilprev
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 12/05/2012, Economia, p. 36

Com a demissão já decidida pela presidente Dilma Rousseff, o presidente da Previ (a Caixa de Previdência dos funcionários do Banco do Brasil), Ricardo Flores, poderá ser realocado na Brasilprev, empresa de seguros e previdência que tem como sócios o Banco do Brasil e a instituição americana Principal Financial Group. De acordo com fontes do governo, Flores poderá ocupar a cadeira do atual presidente da instituição, Sérgio Rosa, que deixará o cargo no fim do mês, segundo anunciou ontem. A companhia é uma das maiores empresas de previdência complementar aberta no Brasil, com mais de R$ 50 bilhões em ativos e 1,4 milhão de clientes.

Escolha de César Borges apazigua PR

Rosa alegou motivos pessoais para deixar o cargo. Ele já havia manifestado a amigos a vontade de trocar São Paulo pelo Rio para ficar perto da família. Na sua reunião de despedida, teria dito não conseguir lidar com o fato de ser pai e marido apenas dois dias por semana.

Rosa já esteve cotado para assumir a presidência do Banco do Brasil, tem ligações com o Partido dos Trabalhadores (PT). Além de ser considerado um petista histórico, é visto por colegas como um técnico de alto nível. É funcionário de carreira do BB e foi presidente da Previ. É um dos quadros da legenda com perfil para ocupar qualquer vaga na diretoria do banco, mas até o momento o futuro do dirigente é mantido em sigilo.

- Muito melhor do que o César Borges - disse uma fonte da instituição.

O nome do ex-governador da Bahia César Borges foi escolhido pelo PR para ocupar a vice-presidência para Assuntos de Governo do BB, que ficará vaga após a demissão de Ricardo Oliveira, já determinada pela presidente Dilma. Ela decidiu encerrar a disputa de poder entre ele e o presidente da Previ. E resolveu demitir os dois.

Com a mudança, Dilma resolverá também um problema político. Ao oferecer a vice-presidência do BB mais poderosa politicamente ao PR, a presidente quer encerrar o atrito com a legenda depois do desgaste da demissão do ex-ministro dos Transportes e atual senador Alfredo Nascimento, mantendo na pasta Paulo Sérgio Passos, que embora filiado ao PR, é considerado um quadro técnico e não tem apoio do partido. A reforma na diretoria do BB será mais abrangente, já que um dos vices sairá para comandar a Previ, quando Flores deixar o cargo.

O mais cotado é o vice-presidente de Finanças, Ivan Monteiro. Entretanto, há outros nomes analisados pela presidente. Um deles é Alexandre Abreu, o vice de Varejo, que cumpriu à risca a determinação de Dilma de reduzir os juros ao consumidor e ganhou pontos com o Palácio do Planalto. Outro possível, mas menos provável, é o executivo é o que cuida de crédito e risco, Danilo Angst.

Um outro vice-presidente, Robson Rocha, responsável por gestão de pessoas e desenvolvimento sustentável, tenta se articular para ser alçado ao posto de Flores, mas corre por fora na disputa e é visto como azarão. Ele é o único vice filiado a um partido. É do PT de Minas e ligado ao ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel.