Título: Acionistas do Casino destituem Abilio Diniz
Autor: eichenberg, Fernando
Fonte: O Globo, 12/05/2012, Economia, p. 37

Numa decisão sem surpresas, os acionistas da rede francesa Casino excluíram ontem o empresário brasileiro Abilio Diniz de seu Conselho de Administração. Por esmagadora maioria, de 99,74%, o presidente do Grupo Pão de Açúcar (GPA) foi removido e substituído por Sylvia Jay, responsável pela filial da L'Oréal na Grã-Bretanha. A não renovação de seu mandato havia sido proposta em março passado ao conselho de diretores da rede varejista francesa.

Diniz e o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, entraram em rota de colisão no ano passado por causa da tentativa do empresário brasileiro de promover uma fusão com o Grupo Carrefour do Brasil, para evitar o controle do GPA pelos franceses em junho próximo, como prevê o acordo acionário fechado em 2005. A iniciativa, no entanto, fracassou e foi parar na Justiça. Acionistas minoritários do Pão de Açúcar entraram com uma ação contra o Casino e a família Diniz alegando prejuízo com o malogrado esforço de fusão.

No Grupo Casino, a norma ontem sobre a saída do empresário Abilio Diniz do Conselho de Administração era de

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- É um não acontecimento, algo que estava previsto para ocorrer. Visto a ação em Justiça atualmente em curso, é algo lógico - afirmou um membro do grupo. - O Pão de Açúcar é um ativo extremamente importante em nossa estratégia internacional.

Controle será a partirdo dia 22 de julho

O Casino confirma que exercerá a opção de compra de ações da Wilkes, a holding que controla o Grupo Pão de Açúcar. A alternativa, validada por um acordo de acionários, poderá ser utilizada a partir do dia 22 de junho, e com isso o Casino se tornará o controlador de fato do GPA.

- Em 2012, nós consolidaremos o Grupo Pão de Açúcar - afirmou Jean-Charles Naouri aos acionistas.

A reunião de ontem excluiu ainda do Conselho de Administração o executivo Philippe Houzé, presidente das Galerias Lafayette - também por ampla maioria, de 99,85% - por causa da disputa de controle da rede varejista Monoprix, compartilhada meio a meio entre Casino e Lafayette, o que resultou num imbróglio jurídico-financeiro.