Título: Com prefeitos, Dilma volta à carga contra juros cobrados no Brasil
Autor: Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 16/05/2012, Economia, p. 22

Para ela, altas taxas, real supervalorizado e tributos são barreira ao crescimento

Reunida com prefeitos de todo o país, a presidente Dilma Rousseff reforçou ontem sua cruzada pela queda dos juros, dizendo que as altas taxas cobradas no país comprometem o crescimento. A presidente insistiu que, para crescer e distribuir renda, o país precisa ter juros compatíveis com o mercado internacional. Ou seja, uma taxa real de 2% ao ano. E repetiu a avaliação de que a combinação de altas taxas de juros, câmbio supervalorizado e estrutura tributária funciona como uma barreira para o desenvolvimento sustentável do país.

- Temos vários desafios macroeconômicos que afetam o governo federal, os estados e os municípios. O Brasil tem três principais entraves de curto prazo. Temos taxas de juros finais incompatíveis com aquelas praticadas internacionalmente, o que compromete o crescimento do país. Temos ainda (nos últimos dias, por vários fatores, isso tem-se alterado) taxas de câmbio extremamente sobrevalorizadas. E temos uma estrutura tributária que não é só ruim do ponto de vista da distribuição da federação, mas também do ponto de vista da distribuição social dos tributos - afirmou.

Para superar esses entraves, disse, é "muito importante" para o Brasil ter um crescimento sustentável, gerar empregos e distribuir renda:

- Esses três entraves se articulam e funcionam como uma barreira para que o Brasil tenha uma taxa de crescimento compatível com a necessidade não só de manter esse nível de emprego, mas de crescer para poder distribuir riquezas.

A redução dos juros virou uma obsessão da presidente. Dentro do programa de incentivo à indústria Brasil Maior, ela anunciou medidas de redução da carga tributária. Depois, orientou os bancos públicos a reduzirem os juros para empréstimos, cheque especial e cartão de crédito. E cobrou a adesão dos bancos privados, criticando o

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e as taxas de administração. Para permitir a redução dos juros, Dilma tomou uma medida polêmica, mexendo no rendimento da poupança.