Título: Deputado nega blindagem de Cabral
Autor: de Gois, Chico; Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 19/05/2012, O País, p. 4

SÃO PAULO E BRASÍLIA . O deputado federal Cândido Vaccarezza negou ontem que haverá "blindagem" para proteger o governador do Rio, Sérgio Cabral, na CPI. Anteontem, ele foi flagrado por um cinegrafista do SBT mandando uma mensagem de texto pelo celular para Cabral, em que dizia: "A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu (sic)". A CPMI não analisou se chamará o governador para depor.

Pelo Twitter, Vaccarezza disse que mandou a mensagem num momento de irritação: "Sou amigo do PMDB. Nossas relações nunca serão azedadas. O SBT filmou mensagens entre eu (sic) e Cabral num momento de irritação".

Ele disse que a mensagem refletiu sua "preocupação pessoal com tensionamentos pontuais entre o PT e o PMDB".

- Meu objetivo era deixar claro ao governador Cabral que, apesar das discordâncias pontuais, a boa relação entre nossos partidos deve ser mantida - disse Vaccarezza, em nota.

O deputado afirmou no Twitter que a CPMI vai investigar a organização criminosa do bicheiro "doa em quem doer". Em nota encaminhada à imprensa ontem, afirmou que não se pode esvaziar as investigações.

- Gostaria de enfatizar que não haverá blindagens nos trabalhos da CPMI. Qualquer um que tiver relação com a organização criminosa de Carlos Cachoeira será investigado. Por outro lado, não vamos compactuar com a espetacularização ou com o esvaziamento da investigação - afirmou Vaccarezza, na nota.

No Twitter, ele disse ter certeza de que a comissão não será um "tribunal de inquisição".

O deputado afirmou que Cabral não foi citado nas gravações da Polícia Federal e que, por isso, não faz sentido falar em uma suposta "blindagem". Mas, na opinião de Vaccarezza, a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), é distinta.

- A situação é diferente no caso do governador Marconi Perillo (PSDB), contra quem pesam suspeitas fortes de que havia uma cota de funcionários do seu governo indicados pela organização criminosa, principalmente na Polícia Civil e no Detran de Goiás - completou.