Título: Promotor pede investigação de Perillo
Autor: de Souza, André
Fonte: O Globo, 19/05/2012, O País, p. 4

BRASÍLIA. O promotor Fernando Krebs pediu ontem abertura de investigação por suspeita de crime de improbidade administrativa contra o governador de Goiás, Marconi Perillo. Um dos alvos da apuração é a venda da casa de Perillo, que a Polícia Federal suspeita ter sido feita para o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A decisão do que fazer com a representação está nas mãos do procurador Pedro Tavares, em exercício como procurador-geral de Justiça de Goiás. Na última quinta-feira, foi publicada uma portaria assinada por Tavares instaurando procedimento preparatório para apuração inicial das suspeitas contra Perillo.

Como governador, Perillo só pode ser investigado e processado pelo procurador-geral do estado. O titular, Benedito Torres, é irmão do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) - apontado como principal braço político do grupo de Cachoeira - e se encontra impedido. Por isso, a decisão cabe a Tavares. O procedimento preparatório já aberto foi baseado numa representação encaminhada por e-mail e em notícias divulgadas pela imprensa que apontam para o envolvimento de Perillo com o bicheiro. No procedimento, Tavares solicita à Procuradoria Geral da República o compartilhamento das provas obtidas nas operações Vegas e Monte Carlo, que foram conduzidas pela Polícia Federal (PF).

Na representação de Krebs, ele cita suspeitas que pesam sobre Perillo, como a venda de uma casa de R$ 1,4 milhão que teria sido negociada com Cachoeira. O contraventor, preso pela PF em fevereiro deste ano na Operação Monte Carlo, é o principal nome da CPMI instalada no Congresso para investigar suas relações com políticos e empresários.

Krebs cita outros fatos que vieram à tona nos últimos meses, como a suspeita de que a organização de Cachoeira entregou uma caixa com R$ 500 mil na sede do governo goiano. Outro ponto abordado pelo promotor é a extensa teia de relações do bicheiro com membros do governo. Krebs pede que sejam investigados o secretário estadual de Segurança Pública, João Furtado de Mendonça Neto, o ex-procurador-geral de Goiás Ronald Christian Alves Bicca, e o procurador Marcelo Marques Silveira.