Título: Montadora terá apoio à exportação
Autor: Beck, Martha
Fonte: O Globo, 23/05/2012, Economia, p. 23

Banco do Brasil anuncia corte de juros no financiamento de automóveis

BRASÍLIA. Um dia após o governo anunciar um pacote de incentivos para a compra de veículos no mercado interno, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, divulgou ontem que o governo vai ajudar o setor automotivo a melhorar a performance exportadora. Ele lembrou, porém, que a demanda mundial por automóveis esfriou, devido à crise global.

- Com a crise internacional, o mercado mundial se retraiu muito. Se a indústria acha que tem competitividade para isso, nós vamos apoiar - destacou Pimentel.

Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as exportações de automóveis caíram 21,6% em abril deste ano, ante o mesmo mês de 2011. No quadrimestre, a queda foi de 0,75%. As importações cresceram 21,6% nos quatro primeiros meses de 2012

Já o Banco do Brasil (BB) cortou os juros do financiamento de automóveis. A média das taxas cobradas pela instituição deve cair de 1,29% ao mês para 1,09% ao mês. Foi a terceira queda do custo financeiro para esse tipo de operação em menos de dois meses. As duas primeiras surtiram efeito: fizeram os desembolsos mais que triplicarem. Antes de começar a diminuir os juros, o BB liberava diariamente R$ 11 milhões em financiamento de veículos. Atualmente esse volume varia de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões por dia. Ontem o BB ainda autorizou o financiamento de 100% do valor do automóvel.

Material de construção e consignado também no foco

Os cortes do BB entram em vigor hoje. As taxas para veículos novos, que variavam de 0,95% ao mês a 1,99% ao mês, passarão de 0,77% ao mês até 1,79% ao mês. A tabela vai valer, em princípio, até 30 de junho. As mudanças anunciadas podem colocar só até o fim do mês que vem R$ 9 bilhões no financiamento de carros.

No esforço do governo para estimular a economia, a Caixa Econômica Federal vai sugerir que o Conselho Curador do FGTS simplifique a linha de financiamento para material de construção. Criada em meados de 2011 e só regulamentada pelo banco em março deste ano, a linha tem R$ 1 bilhão em recursos parados no banco.

Oficialmente, o banco alega que a linha não deslanchou por problemas operacionais, como a exigência de contratação com carteira assinada para obras acima de R$ 10 mil e comprovação da regularidade do imóvel a ser reformado. Mas, na última reunião do Conselho Curador, representantes da Caixa alegaram que o problema real é na margem de lucro baixa desses financiamentos, de 6% ao ano, porque outros 6% precisam ser devolvidos ao FGTS na forma de remuneração. O teto de juros nesses financiamentos é de 12% ao ano.

Já o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduziu ontem o teto dos juros cobrados no empréstimo consignado (com desconto no contracheque) para aposentados e pensionistas do INSS, de 2,34% ao mês para 2,14%.