Título: CMN injeção de R$ 20 bi
Autor: Beck, Martha; Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 25/05/2012, Economia, p. 27

BRASÍLIA. Na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) ontem, houve indicação de que o governo está pronto para injetar R$ 20,8 bilhões na economia. Liberou R$ 12,2 bilhões para linhas de crédito da Caixa Econômica Federal e do BNDES para financiar obras de mobilidade urbana. O dinheiro faz parte do pacote de R$ 32 bilhões lançado pela presidente Dilma Rousseff para melhorar o transporte das cidades antes da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

O Conselho também decidiu ontem que todos os bancos serão obrigados a registrar as garantias sobre imóveis e veículos que sejam objeto de operação de crédito em um sistema de registro e de liquidação financeira autorizado pelo BC, como BMF&Bovespa e Cetip. Assim, o Banco Central (BC) poderá monitorar as evoluções no setor com informações mais detalhadas sobre tudo o que acontece.

A mudança deve aumentar a segurança do sistema e evitar fraudes como o oferecimento de uma mesma garantia para mais de um empréstimo.

- Vamos dar mais segurança ao mercado, o que pode ajudar a reduzir custos e spreads (diferença entre o custo da captação do dinheiro pelos bancos e o quanto as instituições cobram pelo empréstimo). Além disso, estamos garantindo ao Banco Central mais instrumentos de monitoramento - disse Sergio Odilon dos Anjos, chefe do Departamento de Normas do BC.

A exigência do registro de garantias em sistemas certificados pelo governo já acontece com as ações e derivativos. A autoridade monetária não descarta a inclusão de outros tipos de registros de garantias no futuro. O Banco Central ainda vai divulgar o cronograma para que as instituições financeiras venham a se adequar à nova obrigação e deve começar pelos veículos. O CMN ainda detalhou os requisitos mínimos que os bancos deverão seguir para garantir a liquidez de suas operações. As regras já existiam; só foram tornadas mais claras.

O Conselho também permitiu que o BNDES emprestasse até R$ 7,5 bilhões para projetos de infraestrutura dos estados de Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo, prejudicados pelo fim da guerra dos portos, e ainda aumentou o crédito para programas de saneamento em R$ 1,1 bilhão. ( Vivian Oswald e Gabriela Valente)