Título: Dólar se valoriza e volta a fechar acima de R$ 2
Autor: Sorima Neto, João
Fonte: O Globo, 31/05/2012, Economia, p. 30

SÃO PAULO e BRASÍLIA . Num dia de aversão ao risco no mercado internacional, provocado pelas preocupações com a Espanha, o dólar voltou a operar ontem no patamar de R$ 2, após três sessões abaixo desse nível. A moeda americana subiu 1,51% frente ao real, para ser negociada a R$ 2,014 na compra e R$ 2,016 na venda.

- A subida do dólar foi causada por um movimento de aversão ao risco. Os investidores fugiram das Bolsas em todo o mundo e foram para a segurança do dólar e dos títulos americanos, com temores sobre a situação da Espanha. Não foi um movimento especulativo como o verificado na semana passada, quando o mercado testou até onde a cotação do dólar poderia chegar, e o BC teve que entrar para que o dólar não disparasse - explica Alfredo Barbutti, da BGC Liquidez corretora.

Na semana passada, o saldo entre o que entrou e saiu nas aplicações em dólares no país ficou positivo em US$ 145 milhões, ao contrário do que ocorreu na semana anterior, quando o Brasil viu investidores estrangeiros retirarem US$ 2,8 bilhões do mercado com o agravamento da crise. Só que mesmo com um resultado positivo no fluxo financeiro, o saldo total - que também inclui saídas e entradas de dólares pelas transações de comércio exterior - ficou negativo na semana passada em US$ 1,4 bilhão porque a atuação do BC, que conteve a alta da moeda americana, incentivou importadores a fechar negócios

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, seguiu a onda de pessimismo externo e fechou em baixa de 1,53%, aos 53.797 pontos e volume negociado de R$ 6,4 bilhões. Foi o menor fechamento em pontos desde 10 de outubro de 2011, puxado pelo desempenho ruim das petrolíferas, devido à queda no preço do petróleo no exterior.

As ações com maior peso no Ibovespa operaram em baixa, com exceção da PDG Realty, que ganhou 1,49%. Vale PNA perdeu 0,54%; Petrobras PN caiu 2,49%; Itaú Unibanco PN se desvalorizou 1,20%; e OGX Petróleo ON, 8,27%, a maior baixa do pregão.