Título: Cabral contratos no Rio serão mantidos
Autor: Claudia Costa, Ana
Fonte: O Globo, 05/06/2012, O País, p. 4

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse ontem, durante a inauguração de uma biblioteca na Rocinha, que a saída definitiva da Delta do consórcio de empresas que fazem as obras do Maracanã não vai atrasar o cronograma previsto. Segundo Cabral, as duas empresas que ficaram no consórcio (Odebrecht e Andrade Gutierrez) vão terminar tudo a tempo da Copa das Confederações, em junho do ano que vem. Além disso, o governador afirmou que nenhum outro contrato da empreiteira com o governo do estado será interrompido. Desde 2007, a Delta tem contratos de pelo menos R$ 1,5 bilhão com a administração fluminense.

A Delta, empresa número 1 do PAC, é acusada de corrupção e está envolvida na CPMI do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na última sexta-feira, a J&F Holding anunciou a desistência da compra da construtora alegando "crise de confiança". A J&F havia assumido a Delta há menos de um mês.

- Não acredito que a saída da Delta do consórcio vá prejudicar. As duas empresas que ficaram são de grande porte e, portanto, concluiremos a obra no prazo combinado. Eu posso garantir para a população que o Maracanã será aberto para a Copa das Confederações - afirmou Cabral.

Além das obras do Maracanã, a Delta também está à frente de parte da construção do Arco Metropolitano (cerca de 20km) e de obras de recuperação de cidades da Região Serrana destruídas pelas chuvas. Segundo Cabral, a intenção é não criar mais problemas.

- Não vou prejudicar a população. Dou autonomia aos secretários para agir, e eles estão avaliando. O que temos por enquanto é o pronunciamento da empresa, que formalizou a sua retirada do consórcio do Maracanã da mesma forma que se retirou da Transcarioca.

Cabral afirmou que vai subir no palanque de Eduardo Paes (PMDB) durante a campanha à reeleição para prefeito. Paes, no entanto, começou discretamente a mudar a estratégia, abandonando a bandeira da parceria município-estado-União para destacar obras de sua administração.

- O Eduardo Paes, desde janeiro de 2009, está fazendo um trabalho extraordinário à frente da prefeitura. Eu subi em 2008 e subirei no palanque em 2012. Claro que respeitando o tempo que me limita o cargo de governador. Mas é evidente que, nos finais de semana, fora do horário de trabalho, eu estarei como eleitor e militante entusiasmado pela reeleição de Eduardo Paes - disse Cabral.

O governador acrescentou que poderá subir ainda em palanques de outros candidatos a prefeito de outros municípios. Segundo aliados do governador ouvidos pelo GLOBO, porém, Cabral será um eleitor discreto no período de campanha e praticamente não subirá em palanques.