Título: Tombini não é pequeno rombo no Cruzeiro do Sul
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Fonte: O Globo, 06/06/2012, Economia, p. 33

BRASÍLIA e NOVA YORK . Mesmo sem utilizar o termo fraude, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, sugeriu ontem que as irregularidades encontradas na contabilidade no Banco Cruzeiro do Sul são sérias. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que estima um rombo de R$ 1,3 bilhão, assumiu o controle do banco na segunda-feira, após o BC afastar a diretoria por suspeitas de fraude. Tombini enfrentou o tema em audiência pública no Congresso. Em resposta ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que perguntou se o BC não considerava "o tamanho da fraude" do Cruzeiro do Sul grande para os padrões brasileiros, Tombini respondeu:

- Tanto não é pequeno que decretamos o regime de administração especial temporária.

Perguntado sobre a saúde de outros bancos pequenos e médios, Tombini disse que estes tiveram lucro de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre, ou 11% do ganho do setor. Isso, segundo ele, mostra a solidez desse "subsegmento de 128 instituições".

Em Nova York, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, disse que o Brasil está preparado para uma deterioração da economia global e seus bancos, bem capitalizados. Sem citar a intervenção do BC no Cruzeiro do Sul, Mendes disse a investidores estrangeiros que os bancos brasileiros têm se saído bem nos chamados testes de estresse.

- Temos R$ 400 bilhões como provisões, mais de 10% do PIB - disse Mendes, que ressaltou a estabilidade da economia brasileira em seminário da Brain (Brazil Investments and Business). ( Gabriela Valente e Fernanda Godoy )