Título: Governo contratos não serão prejudicados
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 02/06/2012, O País, p. 3

BRASÍLIA. O Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente ontem sobre a desistência da J&F de comprar a construtora Delta. Mas os Ministérios dos Transportes e das Cidades informaram que o recuo não afeta os contratos em andamento. Na mesma linha, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou que segue analisando a atuação da empresa para decidir se declara ou não a inidoneidade da Delta, o que será feito até o fim do mês, e que a desistência não interfere no trabalho.

No governo, o que se admite reservadamente é que se estuda alternativas para fazer frente a um eventual agravamento da situação da Delta. A preocupação, desde as primeiras denúncias de envolvimento da empresa com o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira, é assegurar que as obras tocadas pela empreiteira sejam concluídas. Os contratos em que a Delta atua em consórcio, ao lado de outras empresas, são os que menos despertam temor no governo. O raciocínio é que o serviço pode ser executado pelas demais construtoras, sem descontinuidade.

O Ministério dos Transportes informou que os contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) com a Delta seguem em vigor, e que aguarda a conclusão da análise da CGU para saber se a empresa será declarada inidônea e deixará de fechar contratos com o governo por cinco anos. Já o Ministério da Cidades lembrou que não mantém contratos diretos com a Delta.