Título: Público da Parada Gay de SP diminui
Autor:
Fonte: O Globo, 11/06/2012, O País, p. 11

SÃO PAULO. Num ano em que o público da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi visivelmente menor, tanto a organização quanto a Polícia Militar decidiram não apresentar estimativas oficiais de público para o evento de ontem. A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT) informou que acatará o levantamento do instituto de pesquisas Datafolha. Já a PM avaliou que o número deve ficar abaixo da expectativa, que era de 4 milhões de pessoas.

Para o coronel Benjamin Francisco Neto, da PM, o público foi menor do que em 2011.

- O público foi menor, e não tivemos ocorrências graves. Registramos furtos e muita apreensão de bebidas alcoólicas. Pouco antes da Parada começar, dispersamos um grupo de 40 skinheads que estavam atrás do Masp e se organizavam para tumultuar o evento. O curioso é que um outro grupo de punks e skinheads, umas 30 pessoas, desfilou com faixas contra a homofobia - explicou o coronel, informando que 1.500 policiais militares em cem viaturas participaram da operação.

Com 14 trios elétricos - o evento já chegou a ter 23 carros - desfilando pela Avenida Paulista rumo à Rua da Consolação, a 16ª edição da Parada começou mais cedo que de costume para cumprir a determinação da prefeitura de liberar a via para o trânsito até às 18h.

O primeiro trio trazia a senadora Marta Suplicy (PT-SP), o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e o presidente da organização da Parada, Fernando Quaresma. Alguns participantes esperavam menos festa e mais ênfase no tema deste ano: "Homofobia tem cura: educação e criminalização". Enquanto a multidão gritava "o Brasil é gay", a senadora Marta Suplicy agitava uma bandeira com as cores do arco-íris.

- A conquista dos direitos pode demorar, mas é inexorável. Mais cedo ou mais tarde vamos ter todos os direitos assegurados, como o casamento gay e a criminalização da homofobia - disse Marta.