Título: Obama turbulência ameaça EUA
Autor:
Fonte: O Globo, 09/06/2012, Economia, p. 23

WASHINGTON. O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que os líderes europeus precisam buscar urgentemente uma solução para a crise financeira na região. Segundo ele, a frágil recuperação econômica americana está ameaçada por uma recessão na União Europeia (UE).

- Eles (os líderes europeus) entendem a gravidade da situação e a necessidade de agir - disse Obama ontem, em entrevista coletiva, acrescentando que representará um passo significativo se os líderes europeus assumirem um compromisso político de enfrentar a crise.

Obama conclamou ainda o Congresso americano a aprovar medidas propostas pelo Executivo em setembro de 2011, destinadas à geração de empregos em setores específicos. O presidente americano ressaltou que, apesar da crise, a situação do emprego no setor privado do país vem apresentando melhoras.

Analistas políticos avaliam que a alta taxa de desemprego nos EUA, atualmente em 8,2%, pode prejudicar a reeleição de Obama, no pleito de 6 de novembro. O presidente enfrenta uma disputa apertada pela Casa Branca com o rival republicano Mitt Romney, que vem batendo na tecla do desemprego para fustigar o candidato democrata.

Ontem, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou relatório revelando que o déficit comercial diminuiu em abril, ao mesmo tempo em que exportações e importações caíram dos patamares recordes de alta alcançados em março. Analistas viram na queda mais um reflexo da desaceleração da demanda global, devido à crise.

Segundo o relatório, o déficit encolheu 4,9%, para US$ 50,1 bilhões, à medida que serviços e as importações de bens recuaram 1,7%, para US$ 233 bilhões. Já as exportações caíram 0,8%, para US$ 182,9 bilhões. Analistas consultados pela agência Reuters esperavam um déficit comercial menor, de US$ 49,5 bilhões.

Estoques no atacado dos EUA sobem em abril

O Departamento do Comércio também informou ontem que os estoques no atacado do país subiram mais que o esperado em abril, puxados pelos estoques de bens duráveis, que tiveram a maior alta em quase um ano. Os estoques totais no atacado subiram 0,6%, para um recorde de US$ 483,5 bilhões, depois de um ganho não revisado de 0,3% em março. Economistas consultados pela Reuters esperavam que os estoques de produtos em atacadistas americanos subissem 0,4% em abril.

Os estoques são um componente-chave do cálculo do governo para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzido no país). Estoques de bens duráveis, como automóveis, equipamentos de computadores e maquinário, subiram 1,1%, o maior valor desde maio de 2011.