Título: BID dá maior empréstimo da história a SP: US$ 1,15 bi
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 15/06/2012, Economia, p. 29

Desembolso do BNDES cresce 1% até abril

Flávia Barbosa

Correspondente

WASHINGTON e RIO. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou ontem com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o maior empréstimo para um único cliente na história da instituição, de US$ 1,148 bilhão. Os recursos serão aplicados na construção dos 40 quilômetros finais do Rodoanel, já em licitação. O valor do empréstimo equivale a 36% dos US$ 3,1 bilhões aplicados em 2012 pelo BID no Brasil em 32 programas de investimento em projetos do setor público. São Paulo tem ainda outros nove contratos com o banco.

Alckmin garantiu que a etapa final da obra, que cortará a Serra da Cantareira, cumpriu os requisitos ambientais, o que foi atestado pelo presidente do BID, Luiz Alberto Moreno. O tucano lembrou que o Rodoanel vai reduzir em 40% a circulação de caminhões nas estradas de São Paulo e nas marginais Tietê e Pinheiros. Com isso, estima-se uma redução de 10% nas emissões de gases poluentes na cidade.

- Essa é uma obra essencial sob o ponto de vista social, econômico, logístico e ambiental, porque o principal problema de São Paulo hoje é a poluição - disse Alckmin.

O Rodoanel terá 170 quilômetros, integrando dez autoestradas e os acessos às cidades do ABC, ao Aeroporto Internacional de Guarulhos e ao Porto de Santos. A previsão é que a obra comece em novembro e dure 36 meses. Apresentaram-se à licitação internacional 25 empresas, em 18 consórcios. O trecho Norte está orçado em R$ 6,5 bilhões, dos quais R$ 1,72 bilhão da União. São Paulo vai tirar de seu caixa R$ 2,79 bilhões para a obra.

Já os desembolsos realizados pelo BNDES somaram R$ 34,2 bilhões de janeiro a abril, alta de 1% sobre o mesmo período de 2011, informou a instituição ontem. Só em abril foram liberados R$ 9,7 bilhões, 10% a mais em relação a um ano antes. Já as consultas cresceram 37% no período, para R$ 73,8 bilhões. Em abril, as consultas subiram 36%, puxadas pelo setor de infraestrutura, "já refletindo, em parte, a redução de juros e a ampliação de prazos do Programa BNDES de Sustentação do Investimento, adotadas naquele mês", segundo a instituição.

* Com agências internacionais