Título: Desemprego na Grécia atinge recorde de 22,6%
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Fonte: O Globo, 15/06/2012, Economia, p. 27

Resultado do primeiro trimestre se deve a recuo da atividade econômica. Entre jovens, 52,8% estão sem trabalho

TURBULÊNCIA GLOBAL

ATENAS. Após a corrida aos bancos e supermercados que a população grega protagonizou nos últimos dias, diante do temor de o país sair da zona do euro, mais um índice negativo divulgado ontem mostrou o agravamento da crise no país. A taxa de desemprego da Grécia subiu para 22,6% no primeiro trimestre de 2012, ante 20,7% nos três meses anteriores, devido a um recuo na atividade econômica, informou o instituto oficial de estatísticas nacional.

Essa é a maior taxa trimestral de desemprego desde o início do registro da série, em 1998. No primeiro trimestre de 2011, a taxa de desemprego foi de 15,9%. Considerando apenas o mês de março, o desemprego teria subido 37,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, disse a agência.

Mulheres são as que mais sofrem com o desemprego

Com esses índices, os números de desemprego na Grécia ficam atrás apenas dos espanhóis, de 24,4%, entre os países que compõem a zona do euro. Entre a população de 15 a 25 anos, 52,8% dos gregos estão sem trabalho contra 42% em março de 2011. As mulheres são as que mais sofrem com a deterioração do cenário econômico no país: 26,5% da população feminina sofrem com o desemprego, contra 19,7% da masculina. Entre mulheres jovens, o índice chega a 60,4%.

Nas eleições do próximo domingo, os gregos vão escolher, após cinco anos de recessão, se aceitam de forma ampla o programa de austeridade e ficam na zona do euro ou rejeitam as condições da ajuda europeia e se arriscam por um caminho incerto. O líder do partido grego de esquerda radical Syriza, Alexis Tsipras, prometeu ontem, em comício eleitoral, que não honrará os termos do acordo de resgate internacional, mas manterá o país na zona do euro, se sair vencedor no domingo. Segundo ele, "a solução para a Grécia está na Europa".