Título: Unidade começa em casa, diz Eduardo Campos
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 15/06/2012, O País, p. 13
Presidente do PSB cobra solução para crise em Recife e apoia Erundina
RIO e SÃO PAULO . A Frente Popular, comandada pelo governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, deve mesmo rachar no primeiro turno das eleições para a prefeitura de Recife. Ao participar ontem de uma mesa de debates no Rio Clima, evento paralelo à Rio+20 que discute o aquecimento global, Campos disse que os partidos da frente vinham alertando, há um ano, que a unidade dependia da paz dentro do PT pernambucano.
Com a crise instalada no PT - após a decisão do comando nacional de impor o nome do senador Humberto Costa para a disputa da prefeitura -, o governador disse que fará mais uma rodada de negociações para, então, definir o candidato do PSB. Entre as opções estão três ex-secretários do governo dele.
- Todos os partidos da frente vinham colocando abertamente, desde o ano passado, a prioridade do PT em indicar o candidato a prefeito. Mas, para que isso acontecesse, era preciso que o PT se unisse internamente. A unidade começa em casa. Vamos tomar a melhor decisão para a cidade. Não vou olhar a conveniência de partido, de A ou B. Se alguém não gostar da escolha, isso não vai me afetar - disse o governador.
Campos disse que vai tentar recompor a aliança de PT, PSB, PTB, PDT, PP, PSC e PV em um eventual segundo turno.
- Se o entendimento não vier no primeiro turno, vem no segundo - minimizou ele.
Em São Paulo, no entanto, 15 anos depois de deixar o PT por sofrer retaliações da cúpula da legenda, a deputada federal Luiza Erundina (PSB) será anunciada hoje como vice na chapa do petista Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Apontado como último obstáculo para indicação de Erundina na formação da chapa, o presidente estadual do PSB, deputado federal Márcio França, disse ontem ser favorável à indicação.
- Não há nenhuma objeção. A deputada é um grande quadro, é presidente de honra do partido em São Paulo, e será uma ótima vice para o Haddad, pela sua história e trajetória - afirmou França, depois de se reunir com o vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral, encarregado de costurar a aliança com o PT.
A deputada federal havia posto como exigência para ser vice de Haddad a garantia de que teria apoio total dentro do PSB.