Título: Mudou o mercado de trabalho
Autor: Zveiter, Sérgio
Fonte: O Globo, 15/06/2012, Opinião, p. 7

O emprego é a grande questão do século 21. E nós, do Estado do Rio, começamos a nos livrar da informalidade, das imagens das ruas cada vez mais tomadas por pessoas trabalhando sem carteira assinada. Ainda falta muito. Mas demos o primeiro passo.

Até abril deste ano, vimos o Estado do Rio ter um desempenho sólido e vigoroso na geração do emprego formal celetista. Foram batidos vários recordes em relação a outras unidades da federação, mas o mais importante foi o saldo de 213.054 novos empregos com CLT gerados. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged. O formato em que este crescimento ocorre é muito animador para todos nós, moradores do Estado do Rio de Janeiro: são novos empregos de carteira assinada em diversos setores, de forma equilibrada. Na indústria foram 24.472; na construção civil, foram mais 52.402; no comércio, 27.417, e em serviços, outro excepcional desempenho, na marca de 107.797.

É de conhecimento de todos, mas não custa repetir: o Rio de Janeiro, desde que deixou de sediar a capital, foi se tornando um estado da Federação com um histórico grave de empregabilidade informal. Havia pouca confiança dos investidores. De 2007 para cá, o quadro começou a mudar, o estado passou a atrair empresas e a dar garantia para investidores, além de fomentar a pesquisa e estabelecer incentivos fiscais - sem deixar de lado a arrecadação, importante para os investimentos públicos.

Temos razões para acreditar que o Rio de Janeiro será um dos motores do país, pois seu sucesso na geração de empregos de carteira assinada se alinha com a tendência nacional. A série histórica (iniciada em 2002) da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, divulgada em janeiro, mostrou que o emprego formal teve elevação de 6% na comparação com dezembro de 2010 - ou seja, em todo o país, mais 638 mil pessoas empregadas e inseridas na economia formal. Em relação ao total de ocupados, o Brasil tem hoje 48,5% com carteira assinada - depois de registrarmos 46,3% em 2010 e 39,7% em 2003. O Rio de Janeiro, sem dúvida alguma, foi propulsor deste progresso.

Estes números tendem a seguir em alta, e a nossa expectativa é a de termos ainda mais carteiras assinadas, o que, sabemos, é em todos os sentidos melhor não só para o trabalhador, como também para o empregador. Dá garantias para os dois lados. É melhor para a economia e para a cultura organizacional do mundo do trabalho.

SERGIO ZVEITER é deputado federal (PSD-RJ).