Título: MP pede condenação de Lupi por improbidade
Autor: Braga , Isabel
Fonte: O Globo, 16/06/2012, O País, p. 12

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (DF) pediu a condenação, por improbidade administrativa, do ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, presidente do PDT. Para os procuradores, Lupi cometeu improbidade ao aceitar que a ONG de Adair Meira - que posteriormente firmou convênios com o Ministério do Trabalho - pagasse R$ 30 mil pelo aluguel da aeronave que levou o ex-ministro, em 2009, em viagem oficial ao Maranhão. A ação civil pública contra Lupi será julgada pela Justiça Federal no DF porque Lupi teria cometido o ato quando era ministro. Se condenado, Lupi poderá perder os direitos políticos, ficar impedido de contratar com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais, além de pagar multa.

Em dezembro do ano passado, após ser acusado de envolvimento em denúncias de irregularidades e desvio de recursos em convênios firmados pelo ministério com ONGs, Lupi deixou o cargo no governo Dilma Rousseff. O ex-ministro tentou se manter no cargo por quase um mês, rebatendo as acusações e oferecendo-se para falar no Congresso sobre o caso. Na Câmara, o ministro negou a carona na aeronave, tendo que se retratar depois. Procurado ontem, Lupi não retornou às ligações.

O PSDB entrou com representação por improbidade administrativa contra Lupi no ano passado. Segundo a investigação do MPF, ficou comprovado que o aluguel da aeronave custou R$ 30 mil, pagos pela entidade sem fins lucrativos Centro de Estudos e Promoção Social (Cepros), mediante cheques assinados por Meira. De acordo com os procuradores, a ONG possui o mesmo cadastro de outra entidade pela qual Adair é responsável e que firmou convênio com o Trabalho.

O PDT informou aos procuradores que não custeou as despesas do aluguel do avião. Os procuradores também entraram com pedido contra o ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério Ezequiel Sousa do Nascimento e o ex-assessor do gabinete de Lupi, Weverton Rocha Marques de Sousa. Outro requerido pelos procuradores é o próprio Adair Meira.