Título: Grecia rediscute plano de ajuda
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Fonte: O Globo, 06/07/2012, Economia, p. 29

ATENAS . O novo governo da Grécia procurou persuadir credores em visita a Atenas a afrouxar os termos do resgate que mantém a solvência do país. Representantes da chamada troika - o grupo formado por representantes de União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - tiveram ontem sua primeira reunião com o premier grego, o conservador Antonis Samaras, e o ministro das Finanças, Yannis Stournaras. O novo governo de coalizão assumiu em junho.

A troika está em Atenas para revisar o progresso atingido com o ajuste fiscal e as reformas relacionadas ao acordo de resgate de 130 bilhões. Além de lutar pelas concessões, o governo de Atenas tenta convencer os visitantes de que está mesmo disposto a pôr a economia em ordem. A Grécia pode ficar sem dinheiro em semanas se falhar em assegurar a próxima parcela de 31,5 bilhões do resgate.

Após a reunião, o gabinete de Samaras divulgou nota afirmando estar "determinado a prosseguir com o ajuste fiscal e acelerar a reforma estrutural, de modo a assegurar a recuperação da economia", informou o jornal grego "Kathimerini".

Segundo a agência de notícias Reuters, Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok (que integra a coalizão), disse a parlamentares que "demissões brutais não podem acontecer e não são necessárias". Mas o governo grego enfrenta forte resistência de parceiros europeus, como a Alemanha, que se recusa a mudar os principais pontos do programa de resgate.

Em Estocolmo, o ministro das Finanças da Suécia, Anders Borg, afirmou em programa de rádio que havia um risco grande de a Grécia dar "alguma forma de calote". Mas Stournaras disse ao jornal britânico "Financial Times" que "o programa está fora dos trilhos e não podemos pedir nada a nossos credores antes de colocá-lo novamente em curso".

As autoridades da troika devem deixar o país no fim da semana, mas a equipe técnica permanecerá em Atenas para revisar as contas da Grécia. As autoridades voltam ao país no fim de julho para, somente então, decidir sobre os ajustes