Título: Taxa de fundos cai, mas ainda é cara
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 06/07/2012, Economia, p. 31

Para segurar a perda de recursos nos fundos de investimento, seis fundos DI e três de renda fixa reduziram taxas de administração em maio. Outros 24 reduziram a aplicação mínima e ficaram mais acessíveis ao investidor. Mas a taxa média cobrada para investir menos de R$ 10 mil ainda terminou o mês acima ou igual a 1,5% ao ano. Ou seja, esses fundos ainda estão caros, com rendimento inferior à poupança mesmo se a aplicação for mantida por mais de dois anos, segundo cálculos do professor Ricardo Rochman, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), para investimentos inferiores a R$ 1 mil, a média das taxas cobradas em fundos DI caiu de 3,42% em abril para 3,33% em maio. Já para fundos de renda fixa com investimento do mesmo porte, a média caiu de 2,81% em abril para 2,65% em maio.

Cerca de 2,3 milhões de investidores tinham dinheiro aplicado em 158 fundos de renda fixa ou DI no fim de maio, com cobrança de taxas superiores a 1% ao ano, explica Rochman. Portanto, ganham menos que a poupança se o dinheiro ficar por até seis meses.

- Não tem sentido manter um fundo DI que renda menos do que a poupança. Houve uma migração muito grande para fundos mais baratos desde o início da queda dos juros e da mudança nas regras de poupança - diz Guilherme Horn, diretor-executivo da gestora Órama.

Só com aplicação mínima de R$ 50 mil em renda fixa ou de R$ 25 mil em fundo DI, a taxa média fica abaixo de 1% e compensa para aplicações por até dois anos.

- Não temos intenção de oferecer fundos que rendam mais que a poupança para prazos inferiores a seis meses - diz a superintendente da Caixa Econômica Federal, Alenir Romanello, que não descarta novas reduções de taxas.

Carlos Takaheshi, diretor da gestora do Banco do Brasil, afirma que também podem ocorrer novas reduções de taxas.