Título: OMS faz alerta para escolas
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Fonte: Correio Braziliense, 12/09/2009, Brasil, p. 14

Segundo Organização Mundial da Saúde, interrupção das aulas pode ajudar a evitar proliferação do vírus. Em todo o planeta já há mais de 277 mil casos confirmados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o fechamento das escolas pode retardar a transmissão da gripe suína, mas alerta que a medida só é eficaz quando tomada no início do surto e em locais onde menos de 1% da população está infectada. Além disso, ressalta que o fechamento não terá nenhum efeito se as crianças continuarem se encontrando fora da sala de aula.

A polêmica sobre o fechamento ou não das escolas toma conta da Europa diante dos custos econômicos e sociais que pesam sobre a decisão. Hoje, a OMS emitiu recomendações para as escolas que retomam as aulas neste mês e divulgou novos números da epidemia: são 3,2 mil mortos, sendo 2,4 mil nas Américas, e mais de 277 mil casos já confirmados.

A entidade admitiu que as salas de aula são locais ¿ideais para a dispersão do vírus¿ e afirmou que as escolas precisam estar preparadas para adotar uma série de ações. Mas disse que cada país e cada situação exigem medidas diferentes. Na avaliação da OMS, as autoridades locais devem analisar a situação e decidir pelo fechamento ou não de uma escola. ¿A OMS não pode fazer uma recomendação generalizada¿, diz o comunicado.

Com as aulas totalmente retomadas no Brasil, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou ontem a 13ª morte no município por contaminação pelo vírus influenza A (H1N1). Uma mulher de 46 anos estava internada desde 24 de agosto em um hospital da rede pública de saúde e o caso foi confirmado como infecção por influenza A no dia 31. Ela morreu no último dia 4.

O órgão municipal informou ainda que está descartado suposto surto de gripe A em uma creche pública da cidade. A possibilidade foi levantada após identificação de um surto de síndrome gripal, no qual 20 pessoas ficaram doentes ¿ 16 crianças e quatro adultos. Os exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz descartaram a contaminação por influenza A.

O Paraná confirmou 1.347 novos casos da gripe suína, de acordo com o 58º Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgado ontem. O novo boletim confirmou também três novos óbitos por causa da gripe suína no Paraná. No país, foram registrados 6.592 casos da doença e pelo menos 769 mortes confirmadas.

Sete Lagoas

Em Minas Gerais, 49 pessoas morreram vítimas do vírus, mas ainda há 85 mortes no estado sob investigação. Os números são da Secretaria de Estado de Saúde (SES), que divulgou ontem balanço extraordinário. No estado foram 45 óbitos ¿ os outros quatro ocorreram fora dos limites territoriais de Minas, sendo três em São Paulo e um em Pernambuco, mas que por critério do Ministério da Saúde entram nos números mineiros. A doença ainda continua sendo mais perigosa para as mulheres: do total de mortos, 32 são do sexo feminino. Destas, três eram gestantes.

A cidade com mais óbitos é Belo Horizonte, que teve seis mortos. Além deles, uma belo-horizontina de 17 anos morreu em decorrência da doença em Pernambuco. Atrás da capital estão Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com quatro óbitos; Nova Lima, na Grande BH; Uberaba, no Triângulo; e Virgínia, no sul de Minas, com duas mortes cada uma.

Sete Lagoas, a 100 quilômetros da capital, na Região Central do estado, registrou o primeiro óbito causado pela doença. Foi uma criança de apenas 3 meses, que morreu terça-feira. A divulgação foi feita ontem. Segundo nota oficial da Secretaria Municipal de Saúde, o bebê apresentou os primeiros sintomas da gripe em 28 de agosto.

O número 796 mortes O Brasil é o país com o maior número de óbitos por gripe suína em todo o mundo, à frente de Estados Unidos e Argentina.