Título: Venda de caroos cresce 24%
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Fonte: O Globo, 06/07/2012, Economia, p. 30

SÃO PAULO. As medidas do governo de incentivo à indústria automotiva fizeram as vendas de carro crescerem 24,2% em junho, para 340,6 mil unidades, e normalizaram a situação dos estoques nas montadoras e concessionárias. Números divulgados ontem pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que o volume de veículos parados nos pátios caiu para 342 mil unidades, equivalente a 29 dias de venda, contra as 409 mil unidades de maio, que sustentariam o mercado por 43 dias.

Com o novo cenário, Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, afirmou que espera uma recuperação na atividade das fábricas, que na comparação mensal e do acumulado do ano ainda mostram números negativos. Em junho foram fabricadas 273,6 mil unidades, queda de 2,6% sobre maio. Na comparação de janeiro a junho deste ano com o mesmo período de 2011, a redução do nível de produção chega a 9,4% (saindo de 1,71 milhão de carros fabricados para 1,55 milhão).

No mês passado, quando a Anfavea divulgou os números relativos a maio, Belini disse que estava revendo as projeções de produção e venda para este ano. A promessa, no entanto, não foi cumprida.

- Não vamos fazer projeções, mas estou otimista. Os números serão bons. Projetar um número é chute. Temos até 31 de agosto (a manutenção da) a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e existe uma demanda reprimida - disse Belini.

A expectativa de recuperação em 2012 vem dos números relativos à média de produção diária, que passou de 12.762 unidades em maio para 13.679 no mês passado - uma alta de 7,2%.

Ontem, funcionários da General Motors (GM) em São José dos Campos, interior paulista, protestaram contra a ameaça de demissão em massa. Na última segunda-feira, a GM acabou um Programa de Demissões Voluntárias (PDV), que atingiu 170 trabalhadores. Com este número, o total de demitidos em um mês, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, foi de 356 funcionários.

Indagado sobre as demissões, Belini disse que PDVs e corte de contratos temporários são "naturais":

- O número principal está aí e cresceu. São quase dois mil contratados - disse ele, referindo-se ao dado global do setor em junho, com a contratação de 1.933 metalúrgicos no mês.