Título: Sem fórmula mágica em Alagoas
Autor: Ribeiro, Efrém
Fonte: O Globo, 08/07/2012, O País, p. 4

CORURIPE (AL) . Em Coruripe, uma das cidades mais pobres de Alagoas, a equipe da Escola Municipal José de Carvalho Souza diz que não há mágica no Ideb de 6,9, o maior do estado. A maioria dos meninos e meninas é filho de pescador ou marisqueiro e dona de casa. Pais e mães têm o ensino fundamental incompleto, ganham pouco mais de um salário mínimo, mas sem carteira assinada nem acesso a benefícios trabalhistas, como FGTS ou INSS.

Quem vê a escola não acredita no resultado. O lugar é simples, meninos e meninas vão de chinelos para as salas de aula. Mas, há uma diferença: os alunos com maior dificuldade no aprendizado têm atenção maior.

- Não há segredo. Quem estuda à tarde e precisa de reforço, chega às dez da manhã, vai para a aula, almoça e não volta para casa. Fica para a aula. Quem estuda de manhã, almoça e fica à tarde para o reforço - explica a diretora.

A metodologia fez o índice de repetência cair de 30%, há cinco anos, para menos de 3%.

- Não inventamos a roda por aqui. Se um professor tem problemas, a diretora, que é professora, se sensibiliza, nos motiva a trabalhar. Se um professor tem problemas, nos aproximamos para conversar, interagir. É um método humano - diz a professora Josivânia da Silva Lima, que usa música em suas aulas.