Título: Ação da TIM cai 7,46% com fala de ministro
Autor: Haidar, Daniel
Fonte: O Globo, 13/07/2012, Economia, p. 26

RIO e BRASÍLIA. As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da TIM caíram ontem 7,46%, após o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmar que está preocupado com o elevado índice de reclamações relacionadas a serviços prestados pela operadora em "seis ou sete estados". O governo não desconsidera suspender as vendas - como já ocorreu no caso do Speedy, acesso de banda larga que era vendido pela Telefônica -, mas disse que esse seria o último recurso. O primeiro passo será dar prazos para a TIM se adaptar e conter as queixas. Só ontem a perda de valor de mercado foi de R$ 1,9 bilhão.

- Nós não queremos prejudicar nenhuma empresa, queremos que serviço seja vendido, expandido, barato, agora, a empresa que vendeu tem que entregar aquilo que foi vendido. Agora, o usuário não pode pagar e não receber. Se ela não resolver os problemas tem que suspender as vendas novas.

A TIM está entre as empresas com mais reclamações no Procon de São Paulo e, segundo o ministro, são muitas as queixas que chegam ao governo.

Em nota, a operadora diz que desconhece os fundamentos de uma possível restrição na comercialização de seus serviços. Ressaltou que investe R$ 3 bilhões por ano e que vem cumprindo as orientações da Anatel em relação à qualidade de atendimento. A operadora lembrou ainda que está expandindo as redes com a implantação de cabos de fibra óptica em 12 cidades do país e ampliando a cobertura 3G.

- Hoje ficou mais factível uma punição. Imaginamos que a empresa tenha que alavancar a qualidade de rede e pode ter de segurar a oferta de serviços para não congestionar ainda mais. Isso teria um impacto na receita e pode ser malvisto por investidores - avalia Jessica Antunes, analista da BES Securities.

Paulo Bernardo comentou a situação da TIM ontem, depois de apresentar projeto-piloto para a criação da conexão à internet grátis para quem navega, mas paga pelas empresas. Um determinado site, por exemplo, poderia pagar pelo acesso de um usuário que vá fazer compras pela rede, assim como podem pagar pelo frete, explicou Bernardo. Esse sites trarão a terminação 0800.br., à semelhança das ligações telefônicas com o prefixo 0800, que também são pagas pelas empresas para acesso gratuito de seus usuários. Também bancos ou instituições públicas poderiam oferecer esse tipo de acesso, avaliou o ministro.

O sistema vai ser testado nos próximos dias por 80 usuários de tablets e celulares de Samambaia, região mais carente do Distrito Federal. A adoção do 0800.br na prática, porém, depende ainda de regulamentação específica pelo governo.