Título: Economia britânica mergulha na segunda recessão em quatro anos
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Fonte: O Globo, 29/06/2012, Economia, p. 27

PIB encolhe 0,3% no 1 trimestre. Desemprego na Alemanha volta a subir

LONDRES e BERLIM. O Escritório de Estatísticas Nacionais britânico anunciou ontem que a economia do Reino Unido encolheu 0,3% no primeiro trimestre do ano, configurando sua segunda recessão em quatro anos. O escritório também revisou os dados do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) britânico dos últimos três meses de 2011, apontando um recuo maior do que o divulgado anteriormente: 0,4%.

Analistas temem ainda que o país continue deprimido no trimestre atual, devido à debilidade geral das finanças. A economia britânica não conseguiu se recuperar da crise financeira de 2008 e ainda sofre com os efeitos da crise da dívida soberana na zona do euro. Uma economia é considerada em recessão quando seu PIB encolhe por dois ou mais trimestres seguidos.

A receita disponível das famílias recou 0,9% e a taxa de poupança das famílias atingiu o menor nível em um ano: 6,4%. As quedas na construção e na produção industrial superaram o maior aumento nos gastos do governo em quase sete anos.

Taxa de desemprego na Alemanha alcança 6,8%

Os gastos do governo subiram 1,9%, enquanto a construção recuou 4,9% - maior queda em três anos - e a produção industrial recuou 0,5%. O setor de serviços cresceu 0,2%. A expectativa é de que o Banco da Inglaterra (banco central) dê mais estímulos à economia no início da próxima semana.

- As pessoas têm razão de estarem desconfiadas de que os problemas da zona do euro não serão resolvidas em uma reunião de cúpula de dois dias, portanto não prevejo qualquer solução mágica - disse John Haynes, chefe de Pesquisa do Investec Wealth & Investiment. - Se o euro ruir, será um problema. É o nosso maior parceiro comercial, e não poderemos sair (da crise) por essa via.

Na Alemanha, a má notícia veio do mercado de trabalho. Apesar de o país ter crescido 0,5% no primeiro trimestre, e evitado a recessão, o desemprego subiu pelo terceiro mês seguido em junho, embora permaneça perto das mínimas do período após a reunificação, de acordo com dados do Escritório do Trabalho, indicando que a maior economia da Europa não está imune à crise da dívida do euro. O órgão informou ontem que o número de pessoas sem trabalho subiu em sete mil, ajustados sazonalmente, para 2,882 milhões em junho, ante 2,875 milhões em maio. A previsão média de analistas consultados pela agência Reuters era de alta de cinco mil.

A taxa de desemprego sazonalmente ajustada permaneceu estável em 6,8%, mínima recorde após a unificação, depois de o Escritório do Trabalho ter revisado para cima os 6,7% inicialmente divulgados para maio.