Título: Investigação contra Bacelar é adiada
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 12/07/2012, O País, p. 11

BRASÍLIA. O Conselho de Ética da Câmara adiou para agosto a investigação sobre a existência de um balcão de emendas parlamentares montado por deputados federais. As representações contra os deputados João Carlos Bacelar (PR-BA) e Marcos Medrado (PDT-BA) só serão instauradas depois do recesso. Bacelar já está sendo processado no conselho sob acusação de nepotismo cruzado, entre outras denúncias.

Ontem, o relator do caso do nepotismo, deputado Guilherme Mussi (PSD-SP), sem ouvir qualquer testemunha, votou pelo arquivamento da representação. A votação só não ocorreu porque a sessão do conselho teve que ser interrompida porque a ordem do dia no plenário da Câmara foi iniciada, o que impede que comissões deliberem. Com isso, a votação do parecer também ficou para agosto.

Guilherme Mussi apresentou um voto de apenas cinco páginas no qual afirma que as três acusações feitas contra Bacelar não foram comprovadas, e por isso votava pela inépcia da representação feita pelo PSOL e pedia seu arquivamento. Na representação, o PSOL acusou Bacelar de nepotismo cruzado e uso irregular de secretário parlamentar e de laranjas numa rádio da Bahia.

Líder do PSOL, o deputado Chico Alencar (RJ) criticou a pressa e a falta de investigação do relatório de Guilherme Mussi. Em seu voto, Mussi chega a dizer que não é papel do Conselho de Ética investigar os fatos.

- É importante que a gente faça o mínimo de investigação. O Senado nos tem dado lições, Humberto Costa investigou no caso Demóstenes. O relator criou o rito da absolvição sumária - afirmou Alencar.