Título: Neopentecostais crescem com nova classe média
Autor: Duarte, Alessandra
Fonte: O Globo, 30/06/2012, O País, p. 9

Teologia da prosperidade abriga anseios consumistas

O crescimento das neopentecostais também vem junto com outro fenômeno, a chamada nova classe média.

- A pentecostal mais tradicional, a Assembleia de Deus, é anticonsumo, tem uma teologia da austeridade. Já muitas neopentecostais têm uma teologia da prosperidade, então podem ir ao anseio dessa nova classe econômica - afirma Romero Jacob.

Edin Abumanssur, da PUC-SP, destaca que a Assembleia de Deus, a pentecostal que mais cresceu, é na verdade um grupo amplo:

- Completou 100 anos no Brasil em 2010, com muita exposição na mídia e patrimônio fragmentado, sem dono da marca.

Em relação à redução da Universal, Ricardo Mariano, da PUC-RS, afirma que é provável que os fiéis da Universal tenham sido absorvidos pela nova igreja:

- Dois são os motivos para a perda de fiéis da Universal. O apelo imediatista, de promessas rápidas, acaba não permitindo compromisso a longo prazo. Outro motivo é a perda de seguidores para seu próprio clone.

Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e vice-presidente da Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil, diz que há mais de cem vertentes de Assembleias no país:

- Só na Vila Cruzeiro (Zona Norte do Rio), a Assembleia deve ter 65 igrejas. Aí, você vê uma Universal lá na avenida principal. A Assembleia está perto de onde mora o cara.

Sobre o aumento dos evangélicos, Valdomiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, diz que o aumento no Norte, por exemplo, se deve ao fato de que é uma região "pouco assistida pelo governo federal". Procurada, a Universal não retornou o contato do GLOBO.