Título: SUS inclui droga eficaz contra câncer de mama
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Fonte: O Globo, 24/07/2012, O País, p. 10

Distribuição gratuita de Trastuzumabe, que reduz em 22% o risco de morte, custará ao governo R$ 130 milhões ao ano

BRASÍLIA. O Ministério da Saúde informou ontem que vai incorporar o medicamento Trastuzumabe, utilizado no combate ao câncer de mama, ao Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio, de alto custo, reduz as chances de reincidência da doença e diminui em 22% o risco de morte das pacientes.

De acordo com a pasta, o medicamento é considerado um dos mais eficientes no combate ao câncer de mama e também um dos mais procurados. Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9 milhões para atender um total de 61 pedidos judiciais que determinavam a oferta do remédio. Este ano, já foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra do Trastuzumabe por ação judicial.

Para colocar o remédio à disposição em unidades públicas de saúde, serão necessários R$ 130 milhões ao ano. A incorporação foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para os tratamentos de câncer de mama inicial e avançado e integra as ações do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, lançado no ano passado.

A partir da publicação no Diário Oficial da União, o SUS tem prazo de 180 dias para iniciar a oferta do medicamento.

Segundo o ministério, o câncer de mama é o segundo tipo mais comum no mundo e o mais frequente entre mulheres, com uma estimativa de mais de 1,15 milhão de novos casos a cada ano. A doença é responsável ainda por 411.093 mortes anualmente.

No período 2012/13, previsão de 52.680 novos casos

No Brasil, a estimativa é que 52.680 novos casos sejam detectados de 2012 a 2013. Em 2010, foram notificadas 12.812 mortes por causa da doença no país.

O impacto da descoberta do Trastuzumabe no tratamento de mulheres com câncer de ama deu origem até a um filme, "Uma chance para viver" ("Living proof"), de 2008. A história foca os 12 anos que Dennis Slamon (vivido pelo cantor/ator Harry Conick Junior) - chefe do Departamento de Hematologia/Oncologia da UCLA - dedicou à pesquisa do Herceptin, nome comercial do medicamento.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa aquisição só foi possível devido à economia de custos gerada por inovação tecnológica, parcerias público-privadas, comparação de preços internacionais e a centralização de compras.

Em nota divulgada ontem pelo ministério, Padilha afirmou que "a melhor gestão dos recursos possibilitou gerar uma economia de R$ 1,7 bilhão/ano no orçamento do ministério. Isso nos permite ampliar o acesso dos brasileiros às novas tecnologias".