Título: Desmatamento na Amazônia cai 23% em relação a 2011
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Fonte: O Globo, 03/08/2012, O País, p. 13

Roraima é o único estado da região onde áreas devastadas cresceram até 218% no mesmo período

BRASÍLIA O desmatamento na Amazônia caiu 23% entre agosto de 2011 e julho de 2012 na comparação com os 12 meses anteriores. Os dados divulgados ontem pelo Ministério do Meio Ambiente revelam que 2,04 mil quilômetros quadrados foram desmatados nos últimos 12 meses. Com isso, quase 700 quilômetros quadrados foram poupados na comparação entre os períodos avaliados.

O Sistema de Monitoramento em Tempo Real (Deter), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostrou que, com exceção de Roraima, todos os estados da região mantiveram ou reduziram a taxa de desmatamento local. O Maranhão foi o estado que registrou a maior queda de desmatamento (67%), seguido pelo Amazonas, com 45% menos áreas devastadas, e pelo Acre e Pará, onde a derrubada de árvores diminuiu 42% em cada estado.

Para a ministra Izabella Teixeira, os números mostram "robustez nas políticas e estratégias de monitoramento".

No ano passado, o Pará foi responsável por quase 47% do desmatamento.

O Deter revelou que o desmatamento na região aumentou apenas em Roraima, com acréscimo de 218% no período 2011/2012. O estado contabilizou 56 mil quilômetros quadrados de áreas devastadas, enquanto entre agosto de 2010 e julho de 2011, a área desmatada somava 18 mil quilômetros quadrados.

- Roraima tinha números absolutos com explosão do desmatamento. O estado agora indica tendência de queda. Não podemos afirmar que vai reduzir o desmatamento, mas é um indicativo - disse a ministra, ressaltando que os números apontam "redução expressiva e sinalizam um caminho de perspectiva, com baixíssima cobertura de nuvens."

Em 2011, nuvens cobriram parte significativa das imagens captadas pelos satélites, o que comprometeu o resultado do monitoramento do desmatamento em Mato Grosso, no mês de junho. Neste ano, as nuvens encobriram apenas 16% das imagens captadas pelo satélite no mesmo mês.

Outro desafio do monitoramento é a mudança no perfil do desmatamento na região. O crime ambiental na Amazônia, que tinha como característica a devastação de grandes áreas, passou a ser feito em pequenas áreas, inferiores a 25 hectares. A modalidade, definida pela ministra como "desmatamento puxadinho", domina há três anos as práticas criminosas na Amazônia, exigindo melhorias tecnológicas.