Título: Operadoras de celular terão de investir R$ 13 bilhões este ano
Autor: Scrivano, Roberta
Fonte: O Globo, 04/08/2012, Economia, p. 31

Consultoria fez cálculo com base na promessa das empresas

SÃO PAULO e rio As operadoras de celular têm de investir R$ 13,25 bilhões até o fim do ano para garantir a manutenção e melhoria das suas redes e cumprir o plano de investimento previsto para este ano. O cálculo, feito a pedido do GLOBO, é da consultoria Teleco e leva em consideração a promessa das quatro operadoras - Vivo, TIM, Oi e Claro - de aplicar R$ 25 bilhões em 2012. No primeiro semestre, 47% deste total já foi desembolsado, segundo as contas da consultoria. Não dá para garantir, no entanto, que isso seja o suficiente para melhorar a prestação de serviços como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quer, diz Eduardo Tude, presidente da Teleco.

- O volume de recursos é grande. É uma boa cifra. Mas para a rede ter qualidade é necessário manter uma taxa de investimentos ao longo do tempo. A pressão da Anatel não fez as empresas aumentarem o total de investimentos, e sim rearranjarem o que já estava previsto - explicou.

Para Tude, esse redirecionamento das verbas, com foco na melhoria da rede, tende a diminuir o ritmo de expansão de novos serviços, como fibra óptica e 4G, e pode até atrasar a chegada de sinal em novos municípios do país.

lojistas querem recuperar perdas

Essa opinião é compartilhada por outros analistas, como João Paulo Bruder, da consultoria IDC, e João Moura, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), mas com ressalvas. Moura lembra que a Anatel exige a modernização da atual rede, e, para isso, as operadoras terão de conectar as novas antenas com fibra óptica. Segundo ele, a prioridade das teles agora é melhorar os serviços.

Enquanto isso, as pessoas voltaram a comprar os chips das operadoras que haviam sido suspensas. No Rio, onde só a TIM fora afetada, os lojistas mostravam alívio com a decisão da Anatel. Uma autorizada da Rua do Ouvidor, no Centro, chegara a cadastrar clientes durante o período de proibição.

- Recebemos pessoas interessadas principalmente nos planos pós-pagos. Criamos um banco de dados e agora estamos entrando em contato para dizer que elas podem retornar à loja - contou o gerente Clayton Pereira.

Dono de uma banca de jornal no Centro, Arlindo Leta torce agora pela recuperação das vendas. Dois dias antes da proibição da Anatel, ele adquirira 200 chips da TIM:

- Eu não costumava comprar uma quantidade tão grande de uma vez, mas a TIM me ofereceu uma promoção vantajosa. Quando saiu a decisão da Anatel, eu quis até devolver, mas não consegui -lamentou.