Título: Defesa de José Genoino será a segunda a falar hoje
Autor: Carvalho, Jailton de; Souza, André de
Fonte: O Globo, 06/08/2012, O País, p. 3

Advogado sustentará que ex-presidente do PT não cuidava das finanças

André de Souza

Jailton de Carvalho

BRASÍLIA O segundo advogado a falar hoje no plenário do Supremo será Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-presidente do PT José Genoino. Vai sustentar que seu cliente não tomava parte das finanças do partido, em discurso afinado com as defesas de José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O advogado de Genoino nega que os contratos com o Banco Rural e o BMG tenham sido fictícios e usados para a compra de apoio político:

- Os empréstimos foram registrados no partido, no Tribunal Superior Eleitoral, e foram cobrados judicialmente. Em nenhum momento ele se reuniu para tratar de repasses.

Genoino, segundo a acusação da Procuradoria Geral da República (PGR), "era o interlocutor político do grupo criminoso", cabendo-lhe "formular as propostas de acordos" aos líderes dos partidos que comporiam a base do governo. A PGR alega ainda que os empréstimos só foram cobrados quando o escândalo ganhou o noticiário.

Em seguida, falará Arnaldo Malheiros, advogado de Delúbio Soares. Desde que o escândalo vazou, o ex-tesoureiro vem assumindo sozinho a responsabilidade pelos empréstimos feitos pelo PT, mas nega que tenham sido usados para a compra de apoio político, não passando de caixa dois de campanha. Nas alegações finais entregues ao STF, a defesa de Delúbio informou que "tais valores não foram registrados na contabilidade do partido e, portanto, deixaram de ser declarados à Justiça Eleitoral".

O quarto a falar hoje é Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério, apontado pela PGR como o operador do mensalão. Dirá que os empréstimos foram regulares, mas, em conversa com O GLOBO semana passada, admitiu que o caso de seu cliente é o mais trabalhoso. Ele é um dos poucos que se queixam da ausência do ex-presidente Lula no processo, embora garanta que não usará argumentos de conotação política no STF:

- O Delúbio era ligado a quem quando foi escolhido para ser o secretário de Finanças do PT? Não era ao Genoino. Também não a Zé Dirceu. Todo tesoureiro do PT é ligado a Lula, que não está no processo. Nunca vi isso na vida. O operador do processo, nesse caso, é mais importante do que quem manda.

Em seguida, haverá a defesa de Ramon Hollerbach, um dos sócios de Valério.