Título: Aécio rebate argumento da defesa de João Paulo
Autor: Éboli, Evandro; Souza, André de
Fonte: O Globo, 10/08/2012, O País, p. 7

Advogado de petista sustentou no STF que prestador de serviço na Câmara fora contratado por tucano

BRASÍLIA. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) rebateu ontem a defesa apresentada pelo advogado Alberto Toron no Supremo Tribunal Federal (STF). Toron, que defende o ex-presidente Câmara João Paulo Cunha no processo do mensalão, sustentou que seu cliente não pode ser acusado do crime de peculato apenas por ter subcontratado a empresa IFT - Ideias, Fatos e Texto, do jornalista Luís Costa Pinto. Segundo Toron, Aécio Neves, o antecessor de João Paulo na presidência da Câmara, teria feito o mesmo.

- Não se pode falar em peculato porque o trabalho foi contratado e prestado. Um trabalho que vinha desde a época do presidente Aécio Neves - disse Toron, da tribuna do Supremo, na sessão de anteontem. Em nota, o senador mineiro negou ter contratado a IFT.

No entanto, a prestação de serviços ocorreu apenas em 2003, por isso era necessário "esclarecimento sobre esses fatos tendo em vista a grave inverdade contida na afirmativa feita pelo advogado", escreveu a assessoria de Aécio em nota oficial.

advogado alega que foi mal interpretado

Procurado para comentar a reclamação de Aécio, Toron disse que, de fato, o parlamentar mineiro não contratou Costa Pinto, mas alegou ter sido mal interpretado. Segundo ele, a defesa quis salientar o fato da empresa de Costa Pinto ter sido subcontratada pela Denison Brasil Publicidade Ltda., esta, sim, prestadora de serviços de comunicação na gestão do tucano à frente da Câmara dos Deputados.

A Denison foi contratada em dezembro de 2001, por licitação, para fazer a publicidade institucional da presidência da Câmara. Aécio ocupou o cargo até o fim de 2002. Em maio de 2003, a Denison foi orientada a subcontratar a IFT para prestar os serviços. No processo do mensalão, o Ministério Público Federal acusa João Paulo de ter usado contrato da Câmara com a SMP&B, de Marcos Valério, para manter a IFT trabalhando apenas para ele.