Título: Mercadante comemora resultado dos anos iniciais
Autor:
Fonte: O Globo, 15/08/2012, O País, p. 3

Ministro da Educação admite, no entanto, que ensino médio precisa de mudanças

BRASÍLIA- O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou ontem os resultados do Ideb nas séries iniciais do ensino fundamental, mas reconheceu que o ensino médio, apesar de ter atingido a meta, enfrenta problemas e continua sendo o maior gargalo da Educação.

— Temos problemas no ensino médio. É um imenso desafio, não só no Brasil, mas no mundo — disse o ministro.

Mercadante criticou o número excessivo de disciplinas e disse que o MEC quer enxugar os currículos. Segundo ele, há escolas com até 19 disciplinas; na média, são 13.

— É uma sobrecarga muito grande e não contribui para ter foco nas disciplinas essenciais.

Outro problema, destacou o ministro, é o fato de que boa parte dos jovens frequenta escolas noturnas. Para ele, a solução passa pela oferta de ensino em horário integral. Na área de ciências, porém, faltam professores habilitados para lecionar. Mercadante lembrou que os jovens avaliados no nível médio estavam no ensino fundamental em 2005, quando o Ideb das séries iniciais era mais baixo.

Ele afirmou que o Ideb do ensino médio é calculado com base em avaliação amostral. A ideia é universalizar o teste, utilizando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O ministro parabenizou os professores das séries iniciais pelo crescimento do Ideb. Pela terceira vez consecutiva, o índice aumentou 0,4 ponto. Já nos anos finais do fundamental, o crescimento foi de apenas 0,1 ponto, o mesmo do nível médio. Ainda assim, o ministro classificou de "significativo" o desempenho dos estudantes ao final do ensino fundamental.

Ele elogiou o desempenho tanto da rede estadual fluminense quanto da rede municipal do Rio. Disse, porém, que os municípios que não atingiram suas metas devem buscar o apoio do governo estadual. Mercadante evitou comentar individualmente as notas de estados e municípios, mas chamou a atenção para os diferentes desempenhos:

— Não é só um problema de políticas nacionais ou estaduais. Existe a gestão na ponta. Há escolas com 8,5. O que aconteceu nelas?

O ministro disse não saber por que razão a rede privada, que está à frente da pública, não conseguiu atingir suas metas. Segundo ele, porém, é mais difícil melhorar, quando se tem uma nota mais elevada. l