Título: Ex-réu diz que espera imparcialidade em SC
Autor: Roxo, Sérgio; Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 17/08/2012, O País, p. 4

Processo contra Quaglia será encaminhado agora à Justiça Federal

FLORIANÓPOLIS Após deixar de ser réu do mensalão, Carlos Alberto Quaglia disse ontem que espera ter na Justiça Federal de Santa Catarina, para onde será encaminhada sua ação, um julgamento imparcial.

-A anulação foi uma decisão justa, pois houve cerceamento de defesa. Pelo menos agora vou saber das acusações. Espero um julgamento imparcial, porque esse processo do STF está contaminado por pressões políticas. A origem é corrupção entre partidos.

Quaglia negou que tenha tido a intenção, ao pedir a nulidade, de fazer com que os crimes dos quais é acusado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, prescrevam.

- Foi decretada a nulidade absoluta pela falha processual. Não foi minha intenção dar uma de espertinho.

O defensor público federal Haman Córdova pediu a anulação do processo a que Quaglia respondia porque ele não teve advogado em boa parte do tempo. Segundo Quaglia, os advogados, que não foram contratados por ele, renunciaram. O réu não teria como pagá-los.

Quaglia afirmou que foi envolvido no processo pela Bônus Banval, porque sua empresa, a Natimar, tinha um registro nessa corretora para operar na BM&F. Argentino, morador de Florianópolis, disse que a Natimar fazia operação de importação e exportação. Apenas isso. E que as operações eram avalizadas pelo Banco Central. Depois do escândalo, conta que perdeu a clientela e nem conta em banco conseguiu abrir.

-Não quiseram mais saber da minha empresa. Vivo de serviço free lancer de traduções de textos de filosofia e psicologia do espanhol para o português, e vice-versa. E também da aposentadoria de um salário.