Título: Gilmar Mendes deve estrelar programa na TV
Autor: Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 20/08/2012, O País, p. 3

Ministro, que já foi presidente do STF, pode apresentar atração sobre Constituinte na TV Senado

BRASÍLIA

Depois da popularidade do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes deve estrelar um programa na TV Senado. O Instituto Brasiliense de Direito, faculdade da qual ele é sócio, propôs a realização de um programa sobre a história da Constituinte de 1988. O convênio ainda está sendo estudado pelo Senado.

- O Senado está estudando a proposta. A ideia é reunir o material existente sobre a Constituinte, os documentos, e fazer um programa - afirmou o diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, Fernando César Mesquita.

Na TV Justiça, enquanto os desentendimentos entre o relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, roubam a cena, Mendes tem tido uma atuação discreta.

Isso não quer dizer que ele não se envolva em polêmicas. Em maio o ministro foi protagonista de uma das maiores confusões envolvendo o STF, ao acusar o ex-presidente Lula de usar sua influência para tentar adiar o julgamento do mensalão. O objetivo seria evitar o desgaste dos candidatos petistas nas eleições municipais de outubro.

Outra turbulência ocorreu quando Mendes era presidente do Supremo, em 2008. Na época ele denunciou um suposto grampo ilegal em seu telefone, após a divulgação de uma conversa sua com o então senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que depois teve o mandato cassado. O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República concluiu que não havia indícios de envolvimento de agentes de Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e arquivou a investigação.

Na votação do mensalão, Mendes é uma incógnita. Até agora, não deu pistas de para qual lado tende: se pela condenação ou absolvição dos 37 réus. É tido como um ministro técnico. Com a decisão de fatiar o julgamento, vai proferir seu voto caso a caso, a partir de hoje.

Na única questão colocada para o plenário, o desmembramento do caso levando o julgamento de quem não tem foro privilegiado para a primeira instância, Mendes, como a maioria, foi contra.