Título: Defesa de Pizzolato diz que Barbosa ignorou as provas encaminhadas
Autor: Brígido, Carolina; Souza, André de
Fonte: O Globo, 21/08/2012, O País, p. 3

Advogado diz que relator tem predisposição a condenar seu cliente

BRASÍLIA O advogado Marthius Lobato, que defende o ex-diretor do BB Henrique Pizzolato, disse ontem que o relator Joaquim Barbosa ignorou as provas encaminhadas pela defesa. Segundo ele, o ministro tem uma predisposição para condenar seu cliente.

- Quando ele (Barbosa) diz que Pizzolato ordenou o pagamento (para a DNA), não é verdade. Não há uma ordem de "paga-se" ou "ordena-se". O relator não usou os argumentos da defesa, exceto aqueles que interessavam para sua tese. Minha defesa foi ignorada. Há predisposição para condenar meu cliente por parte do relator - disse Lobato.

Para Barbosa, Pizzolato cometeu crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Lobato afirmou que apresentará aos ministros um memorial em defesa de seu cliente para convencê-los das contradições do relator. O advogado já fala, também, em embargos de declaração e embargos infringentes.

No fim da sessão, Lobato disse que a acusação de Barbosa contra seu cliente é diferente da primeira denúncia feita pelo relator, que havia considerado o dinheiro do Fundo Visanet como recurso público. Para o advogado, o relator, ontem, pareceu ter dúvidas sobre a origem desse fundo, que, para Lobato, é privado.

- Houve nítida alteração do libelo. O relator tinha convicção que se tratava de dinheiro público o Fundo (Visanet). Agora, tergiversou. Não deixou claro se considera público ou privado.

O advogado reafirmou que seu cliente nunca soube que dentro do pacote que recebeu da agência DNA havia R$ 326 mil em dinheiro e que se tratava de uma encomenda para entregar a um dirigente do PT do Rio:

- Pediram que entregasse a a encomenda ao PT. Um contínuo da Previ foi buscar o dinheiro, digo, o pacote, mas ele não sabia do que se tratava. Ficou (Pizzolato) algumas horas com a encomenda e depois entregou ao emissário do PT.