Título: Meta prevista deve ser cumprida em até 4 anos
Autor: Gama, Júnia
Fonte: O Globo, 30/08/2012, O País, p. 9
Norma vai ser regulamentada ainda este ano, diz Mercadante
BRASÍLIA Pela lei, em até quatro anos, as universidades devem cumprir a meta de destinar metade de suas vagas a estudantes oriundos do ensino público. Atualmente, 88% dos alunos do ensino médio no Brasil frequentam a rede pública. São 891 mil, contra 246 mil estudantes que estão em escolas privadas.
A norma ainda terá de ser regulamentada até o final do ano, de acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para estabelecer cronograma de implantação, procedimentos e regras.
Início no próximo vestibular
O preenchimento das vagas, de acordo com Aloizio Mercadante, será feito de forma gradativa e terá início já no próximo vestibular.
- Serão 150 mil vagas em até quatro anos. A política de cotas irá representar grande motivação a esses alunos. E vai ser positivo porque temos o desafio de melhorar o ensino médio público - afirmou o ministro, reconhecendo, como a presidente Dilma, que a implementação da política de cotas é "um desafio" para a meritocracia.
Da cerimônia fechada numa sala ao lado do gabinete presidencial participaram, com o ministro Aloizio Mercadante, Luiza Bairros (Igualdade Racial) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), além de parlamentares que estiveram na elaboração e na aprovação do projeto no Congresso.
reserva de 56 mil vagas
Luiza Bairros afirmou que a lei foi "um grande passo" para as ações afirmativas nas universidades e que assegurará que as vagas reservadas para negros cheguem a um total de 56 mil em quatro anos. Hoje, a reserva para negros nas universidades federais é de 8,7 mil vagas.
- A lei vai garantir cotas para negros, independentemente da classe social, e isso é importante para assegurar diversidade racial - acrescentou Luiza Bairros. - O politicamente possível no Brasil, hoje, ainda é a associação de cotas éticas e raciais. Mas a presidente ressaltou que a lei não coloca em risco a meritocracia e, sim, assegura a democracia, que é essencial.