Título: Governo deve desonerar folha de mais setores
Autor: Justus, Paulo; Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 01/09/2012, Economia, p. 27

Banco do Brasil e Caixa anunciam novas reduções de juros

BRASÍLIA Depois de abrir mão de R$ 108 bilhões em incentivos, o governo ainda estuda medidas para tentar alavancar o fraco crescimento da economia brasileira. A ampliação da desoneração da folha de pagamento está entre as medidas analisadas pela equipe econômica. A ideia é estender o benefício para os setores incluídos pelo Congresso na Medida Provisória 563, do plano Brasil Maior, que está prestes a ser sancionada. Com isso, deverão ser beneficiadas companhias aéreas, empresas de ônibus e respectivos serviços de manutenção, indústrias de brinquedo e agroindústria. Até agora, o governo contemplou 15 segmentos industriais com a desoneração da folha, que passarão a recolher para a Previdência Social um percentual sobre o faturamento.

Na proposta orçamentária para 2013, foram reservados R$ 15 bilhões para desonerações. Os setores incluídos pelo Congresso na MP 563 serão contemplados a partir de 2013. Já os 15 beneficiados na proposta original terão um custo menor já a partir de setembro.

Com o cenário de queda da arrecadação, por causa da crise internacional, a equipe econômica trabalha também em outras frentes, como incentivar os bancos públicos a concederem mais crédito para manter o consumo aquecido.

Ontem, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) anunciaram novas reduções de juros, na esteira da queda da taxa básica Selic promovida pelo Banco Central na quarta-feira. No BB, o corte chegou a até meio ponto percentual. A taxa de crédito automático caiu de 1,93% para 1,89% ao mês. Na Caixa, houve redução nas linhas para as empresas e para consumidores. A taxa mínima do cartão empresarial rotativo passou de 8,82% para 7% ao mês.

custo de energia na mira

A orientação do Palácio do Planalto agora é para que os bancos públicos façam fluir o crédito. O Banco do Brasil, por exemplo elevou a concessão de crédito de R$ 8 bilhões no primeiro trimestre para R$ 35 bilhões no segundo trimestre deste ano.

O governo também avalia revogar as chamadas "medidas macroprudenciais", adotadas a partir de 2010 para frear a atividade que crescia além do potencial e para valorizar o real frente ao dólar.

Entre as novas iniciativas estão ainda reduzir o custo de energia para residências (10%) e indústrias (20%) e o pacote de concessão de aeroportos (Galeão, Confins).