Título: Reclamações subiram 47% este ano no Procon do Rio
Autor: Bonfanti, Cristiane; Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 10/09/2012, Economia, p. 15

Foram 7.640 queixas no estado. Em SP, houve alta de 30%

Na avaliação de especialistas, as medidas anunciadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não vão pôr fim ao martírio dos consumidores, pois o problema continua sendo a falta de informações. No Procon do Rio de Janeiro, foram 7.640 reclamações nos oito primeiros meses, ante 5.200 entre janeiro e agosto do ano passado, uma alta de 47%. No Procon de São Paulo, a quantidade de queixas sobre telefonia celular aumentou 30% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2011, passando de 9,4 mil para 12,2 mil. Para a diretora de Atendimento e Orientação ao fornecedor do Procon-SP, Selma do Amaral, é árdua a tarefa de escolher um pacote, pois as empresas de telefonia não oferecem informações de forma clara sobre os serviços.

- Se o consumidor pede o cancelamento devido a um serviço mal prestado, não pode haver multa de rescisão, pois a empresa não cumpriu o que estava em contrato. Outra queixa comum é sobre cobrança - alertou Selma.

Telefonia à frente de bancos

Coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci , diz que as reclamações contra operadoras de telefone lideram o ranking de queixas, seguidas das instituições financeiras.

Para onde quer que se olhe, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, o número de reclamações está aumentando. O Ibedec recebe 30 consultas por dia sobre problemas com operadoras:

- As medidas são muito tímidas. O consumidor é uma vítima vulnerável. No Brasil, ele sai de uma operadora ruim e vai para outra pior.

A operadora de telemarketing Manoela Costa contou que, no mês passado, entrou em contato com a Claro para cancelar um Plano Controle, mas disse que precisou realizar cinco ligações para concluir o processo. Segundo ela, quando falava em encerrar a conta, a chamada caía. E depois de conseguir cancelar ainda recebeu uma cobrança de R$ 35. Desgastada com a demora, procurou o Procon.

- Sei que não adianta ligar. Por meio do Procon, consegui abater R$ 18 na conta e terei de pagar o restante. Não quis mais reclamar. Quero resolver a situação - desabafou.