Título: Nos EUA, desemprego cai porque 368 mil desistem de buscar vaga
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Fonte: O Globo, 08/09/2012, Economia, p. 22
Taxa de desocupação recua para 8,1%. Criação de postos decepciona.
A taxa de desemprego americana caiu de 8,3% em julho para 8,1% em agosto. Mas, por trás da taxa menor, o indicador esconde que mais pessoas deixaram de buscar trabalho no país porque perderam a esperança de encontrar uma vaga. Aumentou, portanto, o chamado desalento nos EUA: 368 mil pessoas deixaram de procurar por trabalho no país. A notícia azeda as esperanças de Barack Obama aumentar sua popularidade a menos de dois meses da eleição presidencial nos EUA.
Em agosto, a economia dos EUA abriu, excluindo o setor rural, apenas 96 mil vagas, segundo o Departamento do Trabalho. Um resultado abaixo da média mensal de 2012 e das projeções de analistas.
O país vem criando, em média, 139 mil empregos por mês neste ano, ante os 153 mil de 2011. Economistas previam abertura de 125 mil postos.
Economistas creditam a menor contratação ao fim das isenções fiscais de cerca de US$ 500 bilhões, à redução dos gastos do governo e à crise europeia.
E os dados do mercado de trabalho de julho e junho foram revisados para baixo. Em julho foram criadas 141 mil postos, ante os 163 inicialmente reportados, enquanto o número de junho passou de 64 mil para 45 mil.
Também houve piora no rendimento. O salário por hora caiu um centavo, para US$ 23,52, em mais um sinal da fraqueza do mercado de trabalho. Nos últimos 12 meses, contudo, há uma alta de 1,7% no rendimento do trabalho.
MENOS 7 MIL VAGAS NO GOVERNO
No setor manufatureiro, houve redução de 15 mil postos de trabalho, na primeira queda desde setembro de 2011. Até então, o emprego industrial mostrava fôlego porque montadoras mantiveram suas operações, em vez de fazer paradas para manutenção.
A contratação de temporários caiu 4,9 mil. E os empregos no governo tiveram uma retração de 7 mil.
Já postos em concessionárias de serviços públicos cresceram em 8,8 mil em agosto. E houve uma pequena melhora no setor de construção civil, com mais mil vagas.
Em comunicado, a Casa Branca disse que a economia segue se recuperando, mas ainda há "trabalho a fazer".