Título: Na despedida do Senado, verbas para a Cultura
Autor:
Fonte: O Globo, 13/09/2012, País, p. 12
PEC é votada em rito sumário para dar trunfo à ministra na cerimônia de posse
Ao se despedir ontem do Senado, a futura ministra Marta Suplicy (PT-SP) deixou claro que não pretende fazer figuração no apagado Ministério da Cultura. Em reunião com os 13 senadores do PT, pediu que se desdobrem para "vitaminar" os recursos da pasta com remanejamentos e emendas ao Orçamento de 2013, que começa a ser analisado no Congresso. Marta prometeu criar uma marca que o governo Dilma não tem na Cultura.
Para que tomasse posse hoje com um trunfo na manga, Marta articulou um acordo de líderes a fim de que fosse votada ontem, em rito sumário, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria o Sistema Nacional de Cultura, que inclui um fundo de financiamento de projetos na área para estados e municípios. A PEC, relatada pela senadora petista, estava fora de pauta, mas em menos de uma hora o Senado realizou oito sessões extraordinárias para possibilitar a aprovação em dois turnos da matéria, que agora será promulgada pelo Congresso.
- Já começo com um gol de placa. Esse fundo permite financiamentos muito mais ágeis para municípios e estados - disse Marta, que adiantou aos colegas intenção de priorizar os Pontos de Cultura.
Na reunião com os senadores petistas, Marta revelou que sua inspiração no comando da Cultura será o ex-ministro Gilberto Gil. Marta disse que, como Gil, quer se relacionar muito bem com todo mundo e capitalizar as ações da pasta.
Sem críticas à ex-ministra Ana de Hollanda, com quem já conversou para fazer a transição, a senadora promete "fazer acontecer":
- Sempre inovei por onde passei. São Paulo tem inovações que fui eu que deixei como prefeita. Tenho certeza que vou deixar uma marca quando entrar na Cultura, como deixei no Turismo. Estou cada vez mais animada. Gosto do que é difícil. O governo da presidente Dilma precisa de uma marca na Cultura. E é essa marca que eu vou buscar.
Para não incorrer no erro de Ana de Hollanda, que caiu em desgraça ao expor publicamente cobranças de mais recursos, a nova ministra adiantou que sua estratégia é brigar no Congresso para aumentar os recursos da pasta.
A senadora vai receber um ministério mais turbinado - terá orçamento de R$ 2,83 bilhões em 2013, contra R$ 2,1 bilhões este ano - e não pedirá ao governo mais verbas.
- Vou tentar ampliar, não pedindo para a presidente. Vou ampliar com emendas no orçamento.