Título: Nós estamos caminhando
Autor: Gama, Júnia
Fonte: O Globo, 16/09/2012, O País, p. 15

Ministro diz que há uma percepção da importância das Forças Armadas

Em relação às condições de vida dos militares, o ministro Celso Amorim também aponta "sensibilidade do governo", afirmando que foi feito o possível na concessão do reajuste. O ministro evita ecoar voz corrente na Esplanda de que Dilma e Lula, que combateram a ditadura, foram os que mais fortaleceram o setor, mas reconhece que a área evoluiu bastante, embora ainda falte muito a ser feito.

O governo melhorou o salário dos militares, e o orçamento do setor vem crescendo. Estão satisfeitos?

Nós estamos caminhando, mas a médio prazo muito mais terá de ser feito. Ano a ano, os recursos para investimento e custeio das Forças têm aumentado. Minha expectativa é que possa aumentar. Não há compromisso prévio da presidenta, mas há uma percepção da importância das Forças Armadas, do papel do Brasil no mundo e na região.

Está superada a crise na Defesa por causa da Comissão da Verdade?

Não diria que houve crise; houve manifestações. Não quero reacender problemas que, a meu ver, estão superados. Sempre tive apoio dos comandantes militares, que atuaram de forma muito correta e leal, em sintonia com as necessidades do governo e apaziguando. Isso foi obtido, e estamos numa situação tranquila.

Fica-se em estado de alerta com a Comissão em funcionamento?

De alerta, não. Há indagações que a Comissão faz e são respondidas, com a transparência do que é disponível. Não dá para refazer os fatos ocorridos no passado. Dá para dizer o que e como aconteceu.

Dilma e Lula foram mais sensíveis às demandas da Defesa?

Comparar presidentes é coisa de alto risco. O que posso dizer é que presenciei decisões (dos dois) que demonstram o total engajamento de um e de outro com os programas e projetos das Forças Armadas. Acabamos de ver o que aconteceu em relação aos salários, é óbvio que houve uma consideração especial com os militares.