Título: Previsão de crescimento cai para 1,57% este ano
Autor: Valente, Gabriela
Fonte: O Globo, 18/09/2012, Economia, p. 24

Boletim Focus mostra piora pela 6ª semana seguida

Pela sétima semana seguida, os analistas do mercado financeiro diminuíram a previsão de crescimento da economia brasileira em 2012, desta vez para apenas 1,57%. Na semana passada, a estimativa dos especialistas ouvidos na pesquisa semanal do Banco Central (BC) era de crescimento de 1,62%. Em junho, quando o banco Crédit Suisse - a primeira instituição a prever um crescimento de 1,5% em 2012 - divulgou sua projeção, o ministro Guido Mantega disse que era uma "piada". Agora, a maioria das projeções caminha para esse patamar. O Ministério da Fazenda trabalha com uma expectativa de 2% de crescimento.

Mas os especialistas esperam que a atividade se recupere no ano que vem com mais força. Os estímulos dados pelo governo federal com corte de impostos e as sucessivas quedas de juros promovidas pelo BC mantêm intacta a previsão de crescimento de 4% em 2013 há seis semanas.

Já a estimativa deste ano para inflação oficial (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA) subiu pela décima semana seguida. Passou de 5,24% para 5,26%. No entanto, para 2013, caiu de 5,54% para 5,50%. A meta do governo é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo.

A previsão para a taxa básica de juros (Selic) para dezembro foi mantida pela sexta semana consecutiva em 7,25% ao ano, sendo que hoje está em 7,5% ao ano.

- O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) não vai levar a Selic para abaixo de 7%, pois as expectativas de inflação saíram do lugar. Por isso, abriu mão de usar as operações de mercado aberto para baixar os juros e está lançando mão do instrumento do recolhimento dos compulsórios para atingir esses objetivos - disse o economista da corretora Gradual André Perfeito.

Na sua visão, o BC preferiu diminuir a parcela dos depósitos compulsórios para estimular o crédito em vez de cortar a Selic.